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Escudo antimísseis deixará relações internacionais tensas
Das Agências
02/05/2001 | 12:07
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O projeto norte-americano de um escudo antimísseis levará a uma revisão de todos os acordos internacionais em matéria de controle de armamentos e complicará as negociações que se realizam atualmente, estimaram técnicos em defesa sediados em Genebra, nesta quarta-feira.

A instalação de um sistema antimísseis para neutralizar não já uma eventual ameaça procedente da Rússia ou da China, mas de países "rebeldes", como Coréia do Norte, Iraque, Irã ou Líbia, questiona abertamente o tratado russo-americano Anti-Ballistic Missile (ABM) de maio de 1972, considerado como a pedra angular do equilíbrio mundial, segundo um dos especialistas, que pediu para manter o anonimato.

O acordo ABM, firmado pelos presidentes da época, Richard Nixon e Leonid Brejnev, limitava esse sistema a um "guarda-chuva antimíssil" por país, essencialmente em torno das capitais.

Considerado como uma brecha maior na "guerra fria", o ABM facilitou outros acordos, como o de 1978, que limitou o alcance dos mísseis com ogivas nucleares (tratado FNI).

Depois da queda do muro de Berlim, em novembro de 1989, Washington e Moscou chegaram a outros acordos importantes: Start I em 1991, que limita a 6 mil o número de ogivas nucleares, de ambos os lados, depois o Start II em 1993, que baixa o limite para 3.500 ogivas, e lançou o Start III em 1997, que prevê uma limitação a 1.500 ogivas.

A euforia internacional provocada pela queda do muro de Berlim levou a que em 1993, em Paris, uma convenção internacional proibisse o uso das armas químicas, mas também, regionalmente, a uma europeização da Aliança Atlântica (Otan), em junho de 1996.

O fortalecimento da potência norte-americana, junto com a evidente decadência da Rússia com a desintegração da URSS, assim como a incapacidade européia para constituir uma verdadeira alternativa e o marasmo político chinês incitaram a administração democrata do pressidente Bill Clinton a voltar a velhos projetos de "guerra das estrelas", concebidos nos anos 70 por Donald Rumsfeld, atual secretário de Defesa do presidente, George W. Bush.

A Europa, dividida sobre o assunto, limitou-se a críticas não muito enérgicas.




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