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Assassino de meninas britânicas pode nunca ser julgado
Por Das Agências
21/08/2002 | 10:46
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Ian Huntley, 28 anos, acusado do assassinato das meninas Holly e Jessica, 10 anos, foi internado nesta terça-feira num hospital psiquiátrico e pode nunca ser julgado por seus crimes.

Sua companheira, Maxine Carr, 25 anos, compareceu nesta quarta diante dos juízes de Peterborough (Centro-Leste), que a indiciaram oficialmente por entravar a Justiça na investigação da morte de Holly Wells e Jessica Chapman. Ela pode pegar prisão perpétua se for condenada.

Os médicos que examinaram Ian Huntley depois de sua prisão no sábado declararam nesta terça-feira não saber se seu estado mental lhe permitiria se apresentar pessoalmente à Justiça. E, de fato, ele não se apresentou na manhã desta terça-feira.

Ian Huntley, que era porteiro do Colégio de Soham, cidade onde moravam as meninas, foi internado no Hospital Psiquiátrico de Segurança Máxima de Rampton, em Nottinghamshire (Centro). Alguns dos criminosos mais perigosos do país, como Beverley Allitt - um enfermeiro condenado pela morte de quatro crianças e apelidado 'anjo da morte', estão presos no mesmo local.

Em virtude da lei 1983 (Mental Health Act), os médicos tem 28 dias para determinar se Ian Huntley tem condições de ser julgado. No decorrer deste período, que pode se prolongar por no máximo seis meses, Ian Huntley fará testes psicológicos sérios, aplicados pelos maiores especialistas do país.

A conclusão pode ser que o jovem, devido a um histórico familiar e de relacionamentos caóticos, não tem condições mentais de ser julgado. Ele pode então terminar seus dias numa instituição especializada.

As acusações contra Ian Huntley e Maxine Carr, chamados de dupla diabólica pela imprensa popular, não coloca um ponto final na investigação deste crime, que continuará sendo um dos casos de maior repercussão da história do país.

Várias questões continuam sem resposta, principalmente as causas e circunstâncias dos assassinatos, que levaram alguns jornais populares voltarem a defender a legalização da pena de morte, abolida no país em 1965.

Os primeiros resultados da autópsia de Holly e Jessica não permitiram identificar a causa da morte, devido ao péssimo estado dos corpos, encontrados num bosque a dez quilômetros de Soham por um guarda florestal, Keith Pryer.

"O que eu vi, vai me perseguir até o final da minha vida", declarou uma pessoa próxima à família.

Nesta quarta-feira, Maxine Carr, que era professora-auxiliar de uma turma que as duas meninas freqüentavam, teve a prisão decretada por oito dias pelo Tribunal de Peterborough. Nenhum pedido de libertação antecipada foi apresentado.

A amiga de Ian Huntley chegou num furgão blindado com vidros pretos ao tribunal, sob vaias, insultos e ameaças de cerca de 150 pessoas, contidas por um forte esquema policial. Maxine Carr apareceu na sala atrás de um vidro blindado e só abriu a boca para falar duas vezes, para confirmar seu nome e endereço.

Ela era suspeita de ter participado inicialmente do assassinato das meninas, mas a polícia não manteve essas acusações depois que ela ficou quatro dias sob custódia. Agora, Maxine Carr é acusada de "obstruir a ação da Justiça entre 9 de agosto (cinco dias depois das meninas terem desaparecido) e 18 de agosto" e de ter dado falsas informações aos policiais durante a investigação", afirmou o chefe da acusação.

Maxine Carr deixou o tribunal escoltada pela polícia, por volta do meio-dia. Ela chegou ao local nesta terça e foi levada para um destino desconhecido, cercada pelos gritos de cerca de 500 manifestantes descontrolados.




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