A UFABC (Universidade Federal do ABC) inicia amanhã um curso livre intitulado “O Golpe de 2016 e a Democracia no Brasil”, tendo como base o estudo do período no qual a ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT) sofreu o impeachment.

Será a quarta universidade pública a abrir cursos sobre o tema – a UnB (Universidade de Brasília) já começou as aulas, enquanto a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e a UFBA (Universidade Federal da Bahia) abriram inscrições.

O assunto causou polêmica após o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), ter manifestado interesse em solicitar investigação sobre o caso, por parte de órgãos de controle. O titular da Pasta é alvo de pedido de procedimento registrado na Comissão de Ética da Presidência da República, por um ex-reitor da UnB.

O curso da UFABC terá duração de 30 horas e entre os professores estão Gilberto Maringoni (Psol) e o petista Valter Pomar, que foi candidato ao comando nacional da sigla, e ministrará a disciplina “Partidos, movimentos sociais e Frentes diante do golpe: programas, estratégias, táticas, discursos e métodos de mobilização social”.

Procurado pelo Diário, o MEC (Ministério da Educação) afirmou que enxerga indícios de possível proselitismo político e ideológico do PT e do lulismo. “A disciplina, em seu conteúdo, apresenta indicativos claros de uso da estrutura acadêmica, custeada por todos os brasileiros, para benefício político e ideológico de determinado segmento partidário em pleno ano eleitoral”, informou por meio de nota.

O Diário mostrou que o atraso na nomeação do novo reitor da UFABC pode ser pano de fundo para que o presidente da República, Michel Temer (MDB), responsável pela indicação, evite escolher Dácio Roberto Matheus, o mais votado da eleição interna, como comandante da universidade.

Entre as razões estaria a informação que Matheus compactuaria com ideias mais alinhadas ao PT e Temer já externou ao ministro preocupação com o número de reitores de universidades federais que compactuam com os ideais petistas.