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Assassinaram o capitão
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
08/03/2007 | 20:13
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A América do Norte está de luto, e não é por causa do impopular presidente George W. Bush, que deixa nesta sexta-feira o Brasil. Os Estados Unidos – isto é, a mídia de lá – desde quarta-feira repercutem a morte do Capitão América, paladino patriota que vestia as cores da nação no uniforme.

Steve Rogers, nascido em 4 de julho (dia da Independência dos Estados Unidos) de 1917, foi baleado ao sair do prédio da Suprema Corte, em Nova York, por um franco-atirador desconhecido. Não resistiu aos ferimentos. A legenda da HQ deixou de existir na edição da Capitão América nº 25 que chegou quarta-feira nas bancas norte-americanas.

A editora Marvel tinha resultados mornos com a minissérie Civil War e decidiu pôr um ponto final apoteótico. Repete 1993, quando a DC Comics ‘matou’ o Super-Homem para incrementar a revista, fazendo-o retornar meses depois.

Em Civil War, os Estados Unidos, presidido nos quadrinhos também por Bush, criam lei que exige a todos os heróis revelar ao governo suas identidades secretas. Atentado contra a liberdade individual que o Capitão não poderia aceitar, mesmo contra o próprio governo. Mas, tendo Bush como presidente, até o cruzado ianque topa uma revolução. Dois grupos se formaram, um liderado pelo Capitão, contrário à medida; outro, favorável, tendo o Homem de Ferro à frente. Vencido, e para evitar vítimas civis, o Capitão se rende.

A Marvel publica a minissérie Fallen Son: The Death of Captain America, na qual a perda do herói é lamentada por outros super, como Wolverine, Homem-Aranha e os Vingadores, grupo ao qual o Capitão pertencia. Já há duas perguntas no ar, que adiantam que esta morte não será o fim da história. Uma delas é “Quem assumirá seu manto?”. A outra, óbvio, vem de um conhecido bordão dos noveleiros brasileiros: “Quem matou o Capitão América?”. Até um filme do Capitão América está em gestação. Nada como um ícone morto para gerar mais receita.

Steve Rogers era um soldado raquítico que se voluntariou para receber o soro do supersoldado. Ganhou músculos, força e agilidade, e um escudo feito de uma liga de metal invulnerável. O herói foi criado em 1941 por Joe Simon e Jack Kirby para o esforço de guerra contra alemães e japoneses. Na capa do número 1, socava Hitler. Com o fim do conflito, a revista ficou démodé, mas o Capitão foi revitalizado – esteve congelado de 1945 até 1964. Isso explica como um soldado da Segunda Guerra se mantém ativo, mesmo com 89 anos. E quem passa por cinco reencarnações, pode até agüentar mais uma.




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