Economia Titulo Multinacional
AkzoNobel transfere operação para a região

Fabricante de tintas desloca linha
de produção de Niterói para Sto.André

Gabriel Russini
Especial para o Diário
20/05/2017 | 07:16
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Nario Barbosa/DGABC


A multinacional holandesa AkzoNobel anunciou ontem o início de operação transferida de Niterói (Rio de Janeiro) para sua planta situada em Utinga, Santo André. O remanejamento da linha de produção da fabricante de tintas vem acompanhado de investimento de R$ 30 milhões e geração de 40 empregos diretos e 200 indiretos. A mudança vai na contramão do cenário vivenciado pelo Grande ABC, em que muitas indústrias têm fechado as portas ou se mudado para o Interior paulista.

A equipe do Diário conheceu ontem as novas instalações da unidade, projetadas para ampliar a produção de tintas anticorrosivas e anti-incrustantes para navios e obras que possuem grandes estruturas metálicas, por exemplo, prédios, estádios de futebol e hélices de energia eólica. O objetivo da AkzoNobel é produzir cerca de 20 milhões de litros de tinta por ano.

A transferência da operação da companhia em Niterói, onde possui fábrica desde 1928, para a cidade andreense, cuja planta está instalada desde 1954, se deu por motivos estratégicos e mercadológicos. “Estudamos a área por mais ou menos um ano e meio, período no qual constatamos que podemos ter um retorno maior lá na frente”, comentou o gerente de operações da AkzoNobel da América do Sul, Davidson Cesareo. A diretoria da companhia está discutindo se vai manter o centro de distribuição da unidade carioca ou se vai trazê-lo para Santo André também.

A construção das novas instalações durou nove meses. De acordo com a diretora da companhia para a América do Sul, Jelena Arsic van Os, foram investidos cerca de R$ 30 milhões no processo. Desse total, R$ 8 milhões foram destinados ao novo centro de distribuição da unidade, que ampliou sua capacidade de expedição em 150%. A unidade logística será responsável pela distribuição de produtos para outros centros de distribuição regionais. Para os representantes da empresa, a proximidade da fábrica com o Porto de Santos é grande vantagem, já que encurta a rota de produtos exportados para países da América do Sul.

Com 68 mil m², as novas instalações vão atuar de forma integrada com os laboratórios da unidade para a exploração de sinergias. Foram comprados equipamentos como tanques de fabricação, dispersores de lotes grandes, misturadores de pequenos volumes e envasadoras automáticas. Somados, estes materiais ampliam a capacidade produtiva em 60% no caso de operações menores e 50% para as maiores. Ao todo, a companhia conta com 130 laboratórios no mundo, nos quais atuam 4.000 cientistas.

Atualmente, a unidade andreense conta com 190 funcionários, dos quais 40 foram contratados por conta da nova demanda, além de serem criados 200 empregos indiretos.

FUTURO - Questionado a respeito de projeções para este ano, em razão das turbulências política e econômica, Alberto Slikta, diretor de negócios globais da empresa assinala: “Não há como projetar algo no curto prazo. creio que os negócios vão melhorar em 2018, principalmente após as eleições”.

O cenário já complicado foi abalado a partir da delação premiada de um dos proprietários do frigorífico JBS, Joesley Batista. Na noite de quarta-feira vazou à imprensa a denúncia de gravação do presidente Michel Temer (PMDB) dando aval para comprar o silêncio do ex-deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB), que atualmente está preso em Curitiba (Paraná). Slikta, por sua vez, dispara: “A AkzoNobel sabe conviver com esse cenário”. 




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