A FUABC (Fundação do ABC) resgatou a ex-presidente da entidade Cida Damaia (2016-2017) e alçou a ex-mandatária à diretoria executiva de qualidade, cujo posto é um dos oito cargos da cúpula da entidade que possuem supersalários.

Na nova vaga, Cida Damaia receberá R$ 23.324,70 por mês, remuneração esta maior do que o salário da própria atual presidente da FUABC, Maria Bernadette Vianna, e superior à remuneração que tinha no comando da entidade, de R$ 7.841,75 – os valores são os mesmos porque ambas atuaram como adjuntas na chefia da Secretaria de Saúde em Santo André.

Cida Damaia era indicada do ex-prefeito andreense Carlos Grana (PT, 2013-2016) e, depois que deixou a presidência da FUABC, foi cotada para assumir a direção do Hospital Irmã Dulce, na Praia Grande (Litoral), em substituição a Marco Antônio Espósito, que foi afastado do posto por determinação da Justiça.

A ex-secretária adjunta da gestão Grana também teve o nome especulado para substituir Ricardo Carajeleascow na superintendência do Complexo de Saúde de Mauá, que inclui o Hospital Doutor Radamés Nardini. A nomeação não avançou porque o governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB) freou a indicação.

A volta de Cida Damaia à cúpula da FUABC conflita com as demissões de servidores na entidade que atuaram ou foram indicados por governos petistas. Quatro diretores da fundação foram exonerados recentemente: o de comunicação e marketing, de auditoria, de TI (Tecnologia da Informação) e de RH (Recursos Humanos).

Os responsáveis pelos setores administrativo e financeiro ainda constam na relação da equipe da FUABC. Ex-secretário do prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PSDB), Moacyr Rodrigues (PSDB) seguirá na direção jurídica da entidade.

Questionada sobre os motivos da volta de Cida Damaia, a FUABC se limitou a informar que o posto ocupado pela ex-presidente integrará o “processo de reestruturação interna” de cargos e salários do órgão.