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MST promete retomar pauta de lutas em novembro
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18/09/2004 | 17:37
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O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) anuncia que, em novembro retoma, com força total, a luta pela reforma agrária. “Depois das eleições, a vida volta ao normal. Ocorrendo isso, aquelas famílias que estão acampadas irão pressionar, novamente, o governo”, disse neste sábado o coordenador nacional do MST João Pedro Stédile, confirmando a possibilidade de novas invasões. “Como cada região vai fazer essa reivindicação, não sei dizer, depende da orientação dos diretórios locais”, ressaltou.

Stédile, que participava do evento DNA Brasil, em Campos do Jordão, no Vale do Paraíba, afirmou que, durante as eleições, o país, tradicionalmente, deixa em segundo plano qualquer tipo de reivindicação política. “Por isso, estamos apenas aguardando. Não temos hoje nem com quem falar no Congresso Nacional, no governo federal, estão todos em campanha.” O dirigente nega que esse repouso temporário do MST seja fruto de uma estratégia política da entidade para não prejudicar a imagem do PT, legenda ligada ao movimento.”Somos independentes, temos total autonomia em relação a qualquer partido”, declarou Stédile.

“Não estamos em guerra para haver trégua. Não há trégua, o que existe é uma pausa”, afirma. De acordo com o líder dos sem-terra, desde agosto, quando se começou a veicular o horário político obrigatório, até o fim de outubro, o povo brasileiro ficará centrado, exclusivamente, nos candidatos e nas legendas e, portanto, não se importaria ou, mais ativamente, não defenderia a bandeira da reforma agrária. “O debate político, infelizmente, fica restrito a partidos ou pessoas”, lamentou.

Stédile procurou desconversar sobre o PT. Apesar disso, garantiu na sexta-feira, que o MST apoiaria o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso ele pudesse hoje disputar a reeleição. Se for concorrer contra a direita, claro que ficaríamos do seu lado.”

Reformulação – O MST completa 20 anos e quer comemorar o aniversário melhorando a imagem. Dia 8, os integrantes do movimento farão trabalhos voluntários em todos os municípios onde existirem acampamentos ou assentamentos. Stédile define o evento como um mutirão nacional pela solidariedade. “Vai ser tipo um feriado nacional dos sem-terra, onde vamos ajudar as comunidades montando postos de doação de sangue, limpando ruas, plantando árvores e muitas outras coisas”, explica ele.

E não pára por aí. “De 9 a 12 de outubro, acontecerá a semana do sem-terrinha”, conta o dirigente. “Nesses dias, os garotos e as garotas das escolas do MST marcharão para as capitais e vão celebrar os 20 anos com manifestações em prol de uma educação para todas as crianças dos Brasil.”




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