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Prefeituráveis falam em omissão de Donisete sobre fechamento de Sesi

Candidatos ao Paço de Mauá lamentam fim das aulas na unidade no Itapark e citam mobilização

Por Junior Carvalho
Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
28/09/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Candidatos à Prefeitura de Mauá ouvidos pelo Diário criticaram o que consideraram omissão do governo do prefeito Donisete Braga (PT), que tenta a reeleição, diante da decisão do Sesi (Serviço Social da Indústria) de encerrar as atividades da unidade do bairro Jardim Itapark, onde está instalada há mais de 30 anos.

Todos os prefeituráveis avaliam que a administração poderia ter interferido para impedir o fechamento do colégio, que hoje possui 400 alunos nos ensinos Fundamental e Médio. Os postulantes prometeram mobilização para tentar reverter a decisão.

“Lamento que a atual administração se mantenha de braços cruzados diante do fechamento do Sesi Itapark. Não entendo como um governo permite que 400 estudantes sejam pegos desprevenidos com o aviso de que sua escola será fechada. Vou agendar reunião com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB), para discutir alternativas e evitar o fechamento da unidade”, prometeu o deputado estadual e candidato do PSB ao Paço, Atila Jacomussi.

Para o prefeiturável do PSDB, Clóvis Volpi, a administração deve, “em último caso”, firmar convênio com o Sesi e compartilhar despesas para evitar o fim das aulas no Itapark. “Se o Sesi avisou antecipadamente sobre fechamento e (Donisete) não propôs solução, é importante saber o real motivo (da falta de ação da Prefeitura) e envolver o governo a participar e ajudar a escola a não fechar. Vejo que foi omissão do prefeito”, criticou o tucano.

Ex-vice-prefeito e hoje candidato ao Paço pelo PSD, Márcio Chaves citou que a administração tem de “colaborar” para evitar o fechamento da unidade. “Temos que entender o que significa o fechamento de um equipamento de Educação da tradição que é o Sesi. Amanhã (hoje) vou tentar conversar com a direção (da unidade) para ver o que podemos ajudar para reverter esse quadro”, salientou. Prefeiturável pela Rede Sustentabilidade, o vereador Rogério Santana formalizou requerimento na sessão de ontem pedindo detalhes ao governo Donisete e ao Sesi sobre o fechamento da unidade do Itapark. “Por mais que não seja uma escola pública, o governo e a Secretaria de Educação têm de estar bem sincronizados com essas instituições como o Sesi para evitar desfechos negativos, como o que aconteceu. É preciso acompanhar a manutenção dessas instituições religiosamente”, frisou o parlamentar.

O anúncio do fechamento foi feito na sexta-feira aos pais dos alunos da unidade 406 do Sesi. A diretora regional do Sesi em Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Scarlett Angelotti, alegou dificuldades financeiras. A manutenção do colégio é feita pela indústria, que foi afetada com a crise econômica que atinge o País.

Os relatos são de que parte dos estudantes seria transferida para a unidade do bairro Adelina (Ensino Fundamental e do 2º e 3º anos do Ensino Médio) e a outra (1º do Ensino Médio) para a do Jardim Zaíra, mas os pais reclamam da distância.

Superintendente diz que objetivo é buscar nova área no município

O superintendente do Sesi-SP (Serviço Social da Indústria de São Paulo), Walter Vicioni,disse que o Sesi 406, do Jardim Itapark, em Mauá, não está fechando, mas apenas “mudando de endereço”, para oferecer melhores condições estruturais aos alunos, já que a unidade do bairro Adelina é maior. Ambos os prédios pertencem à Prefeitura e o objetivo do Sesi é conseguir viabilizar área, entre 15 mil e 18 mil metros quadrados, para que um prédio mais moderno e equipado seja construído.

Nele, as turmas das duas escolas e novos alunos seriam contemplados. “Achamos que, uma hora, Mauá vai ceder um terreno para construir uma nova escola que possa oferecer laboratório de robótica, química, física, Fab Lab (laboratórios de fabricação digital). Nesta (unidade 406) não dá para investir muito, até porque o prédio não pertence ao Sesi”, explicou. Segundo ele, a dificuldade em encontrar terrenos disponíveis na cidade é o que trava o processo.

Vicioni minimizou que o fechamento do Sesi 406 seja por questões financeiras, mas admitiu o impacto da atual situação econômica por qual passa o setor industrial (o Sesi é mantido por contribuições mensais recolhidas compulsoriamente das indústrias). “Evidentemente que pode ter reduzido (o aporte da indústria), mas não é essa a questão, temos reserva. É uma visão de oferecer melhores condições aos nossos alunos.”

O superintendente declarou que procurará os pais para esclarecimentos, além da Prefeitura, para verificar a possibilidade de criação de linha de ônibus que atenda aos estudantes e reforçar a necessidade da cessão de área que possa abrigar uma escola maior. 




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