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Como se forma o tsunami?
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
20/03/2011 | 07:00
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Você certamente viu imagens de como o Japão ficou após grande desastre natural, que aconteceu no dia 11, às 14h46 (no Brasil, eram 2h46 do mesmo dia). A maior parte da destruição, no entanto, não foi causada pelo grande terremoto, mas pelo tsunami que surgiu poucos minutos depois.

A onda gigante se forma após forte tremor no fundo do mar. O terremoto ocorre quando duas placas tectônicas (a crosta terrestre é composta por várias delas) se chocam. É como se dessem uma supertrombada; com isso, um pedaço da placa fica sobre o outro.

O movimento tem tanta energia que desloca a água do mar para cima e depois para os lados, provocando ondas na superfície que se espalham em todas as direções, com velocidade e força gigantescas. Pode se mover a 800 km por hora, a mesma rapidez de um avião.

No meio do oceano, a altura da onda se mantém pequena. Mas conforme se aproxima do litoral e a profundidade diminui, aumenta muito de tamanho. No Japão, o tsunami chegou a cerca de 10 m de altura.

O curioso é que antes de atingir a costa, o tsunami dá sinal: a água recua muitos metros - como se o mar secasse e a onda gigante acumulasse energia - para, então, invadir a praia de uma vez.

Para entender melhor o fenômeno, basta encher uma bacia com água. Ao bater no fundo dela, o líquido sobe à superfície e produz várias ondinhas. Quanto mais forte a batida e menor a distância entre o fundo e a superfície, mais água se movimenta.

O terremoto ocorreu no Oceano Pacífico e atingiu 9 pontos na escala Richter (que mede a energia do tremor; o máximo é 10). É o pior da história do Japão e o quarto mais forte do mundo.

 

Saiba mais

- Placas tectônicas são grandes blocos que formam os continentes e o fundo dos oceanos, parecendo enorme quebra-cabeça. Ficam sobre o magma (rocha derretida) muito quente. É natural que se movimentem.

- Quando duas placas tectônicas se chocam, causam o terremoto. O Japão está localizado perto do encontro de quatro grandes placas, por isso, é atingido por tremores com frequência.

- Quando o terremoto libera muita energia, consegue deslocar a água para cima e, em seguida, para os lados. O problema do tsunami não é a altura da onda, mas o grande volume de água deslocado, que tem muita força. Quando chega na costa, destrói tudo o que encontra pela frente: edifícios, casas, pontes, estradas, automóveis. Nada fica intacto.

- O poder de destruição do tsunami foi grande principalmente porque o epicêntro (primeiro ponto atingido pelo terremoto) ocorreu a 24 km de profundidade, considerada pequena (em geral, é mais fundo), e a apenas 130 km do litoral da cidade de Sendai. Como as ondas gigantes se espalham em todas as direções, vários países banhados pelo Oceano Pacífico alertaram a população sobre o perigo de tsunami.

- Após terrível terremoto - em 17 de janeiro de 1995, em Kobe, que deixou mais de 6.400 mortos -, o Japão desenvolveu importante sistema de segurança para diminuir os estragos e o número de vítimas em desastres naturais. Os prédios são mais resistentes. A população, inclusive crianças, recebe frequente treinamento sobre como agir durante os tremores. Quem chega lá ganha manual com orientações.

- O risco de o Brasil ser atingido por tsunami é bem pequeno. Não há encontro de placas tectônicas próximo ao nosso território.

 

Consultoria de George Sand França, professor do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília




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