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Romualdo vê política como missão 'quase divina'
Por Marília Ruiz
Do Diário do Grande ABC
10/08/2009 | 07:03
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André Henriques/DGABC


"Considero o convite para ingressar na política uma missão quase divina." Foi assim, quase humilde, que Romualdo Magro Júnior primeiro respondeu sobre a sua pré-candidatura a deputado estadual.
Mas tamanha humildade não combinava com o discurso direto e a voz firme do personagem desta entrevista.
Terno impecável, luzes no cabelo, facilidade para articular as frases ponderadas e sempre com apostos que apontam a sua religiosidade.

Romualdo Magro Júnior, 42, casado, pai, farmacêutico, empresário, dirigente de futebol e agora político tem planos mais audaciosos que a humildade (dos medíocres) poderia apontar. Quer ser prefeito de Santo André.
A notoriedade que ganhou desde que assumiu posto no conselho de gestão do Santo André em 2007 caiu no gosto do recém-petebista.

"Não me incomoda a exposição. Nem quando falam mal de mim. Melhor do que não falarem, né?", respondeu rindo, mais descontraído, depois de mais de uma hora de entrevista exclusiva concedida ao Diário em seu escritório no Centro de Santo André, de onde dirige a sua rede de farmácias, cuida de assuntos do clube e já se reúne com políticos da região para traçar os planos de sua pré-candidatura.

Pré-candidatura que está apoiada na parceria com o meia Marcelinho Carioca. "Fui palmeirense (o escritório está recheado de flâmulas alviverdes), mas não consigo mais ser. E, claro, já detestei o Marcelinho. Coisa de torcedor e da rivalidade óbvia entre o Palmeiras e o Corinthians. Hoje a gente até brinca; eu falo do pênalti defendido pelo Marcos em 2000, e ele, dos gols de falta no Palmeiras."

DIÁRIO - Quem é Romualdo Magro Júnior?
ROMUALDO MAGRO JÚNIOR - Tenho 42 anos, sou farmacêutico bioquímico, tenho três filhos, sou casado, sou o filho mais velho de três irmãos homens, comecei a trabalhar na farmácia do meu pai, mas preferi abrir meu próprio negócio, com a ajuda dele, em 1994. Hoje tenho uma rede de sete farmácias no Grande ABC (quatro em Santo André, duas em São Bernardo e uma em São Caetano), sou mais um administrador do que um farmacêutico e sou realizado, graças a Deus.

DIÁRIO - E o que fez um empresário realizado se aventurar no futebol?
ROMUALDO - Sempre gostei de futebol, sempre fui aos jogos do Santo André, até que, por causa de amigos do Rotary, fui convidado em 2006 a fazer parte do projeto de terceirização do departamento de futebol do Santo André. Conheci o plano em um jantar e, no dia seguinte, já comprei minha parte. Logo me tornei integrante do conselho gestor e, depois do rebaixamento para a série A-2 e da renúncia do então presidente, fui eleito por aclamação para assumir o clube por indicação do Ronan Maria Pinto. Conseguimos salvar o Santo André do rebaixamento para a Série C, e, por isso, costumo dizer que foi nosso primeiro título. Graças a Deus e a um trabalho muito sério e unido da direção e dos jogadores. Depois de seis meses no cargo, troquei de posição com o Ronan, mas isso não mudou quase nada... Continuamos a tocar tudo junto.
DIÁRIO - Família, farmácias, Santo André... Quantas horas você trabalha por dia?
ROMUALDO - Umas 12, 14.

DIÁRIO - E que horas o senhor pretende ser deputado estadual, caso eleito?
ROMUALDO - (Risos) Pois é... Fui convidado no ano passado a me filiar ao PTB e recebi o convite para a pré-candidatura quase como uma missão divina. Ser pai, ter uma família, ser farmacêutico, ter uma vida bem estruturada: tudo isso fazia parte dos meus planos. Mas a política, como aconteceu com o futebol, caiu do céu. Eu encaro como uma missão, mesmo.

DIÁRIO - Uma missão que vai tomar mais tempo...
ROMUALDO - É verdade, claro. Estou organizando a minha empresa para que a minha esposa, que também é farmacêutica, possa cuidar.

DIÁRIO - E o Santo André?
ROMUALDO - Não, do Santo André eu não vou me afastar.

DIÁRIO - Como é que está embasada a sua pré-candidatura?
ROMUALDO - Eu e o Marcelinho Carioca (também recém-filiado) vamos fazer uma dobradinha. Acho que juntos, ele como deputado federal e eu como deputado estadual, podemos ajudar muito a região. A bandeira da nossa campanha é o trio educação, esporte e lazer para o Grande ABC. A nossa região tem quase 2 milhões de habitantes, mas historicamente elege representantes que depois não olham para as sete cidades. Nós, não. Queremos ser eleitos para trabalhar pela região em conjunto com os prefeitos daqui. Faço questão de deixar claro que não queremos nossa pré-candidatura vinculada ao clube. É com o Grande ABC. Eu nasci aqui, e o Marcelinho aprendeu a gostar daqui, está muito identificado.

DIÁRIO - O que se pode esperar do senhor como deputado estadual? Tem programas de campanha definidos?
ROMUALDO - Podem esperar alguém que vai defender as verbas dos programas da região. Alguém que vai trabalhar junto com os prefeitos para desenvolver o Grande ABC. Não posso dizer que, como deputado, eu vou fazer isso e aquilo, porque não é possível. Mas, se eu terminar meu mandato com melhorias para cá, estarei satisfeito.

DIÁRIO - Caso eleito em 2010, o senhor pretende ser reeleito deputado estadual em 2014 ou tentará uma vaga na Câmara em Brasília?
ROMUALDO - Não penso em ser deputado federal. Acho que como deputado estadual posso ajudar mais a região. Mas penso em ser prefeito de Santo André. Aí sim eu teria mais ferramentas mesmo para ajudar o povo da minha cidade.

DIÁRIO - Nas eleições de 2012?
ROMUALDO - Não, não. Depois de 2016. Ainda sou novo e preciso me preparar bem para ser um bom prefeito.




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