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EMTU planeja cobrar por integração
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
20/10/2011 | 07:30
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A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos planeja acabar com a integração gratuita nos terminais Diadema e Piraporinha. A informação foi divulgada ontem pelo prefeito Mário Reali (PT) durante evento em São Caetano. Atualmente, usuários que embarcam nos ônibus municipais não precisam pagar outra tarifa para seguir viagem pelo Corredor ABD - ligação entre São Mateus e Jabaquara feita por meio de trólebus. O mesmo procedimento é realizado para quem trafega no sentido contrário.

Segundo o prefeito, a EMTU pretende cobrar R$ 1 adicional para a baldeação. O aumento ainda não foi definido e não há data para início da cobrança. "Eles (EMTU) queriam implantar logo. Começamos a discutir falando que não é possível e aí eles foram prorrogando esse processo. Mas até agora não há definição", explica. Reali informou que ainda não há reunião marcada com o governo do Estado para renegociar o valor do bilhete.

O petista diz ter sido informado que o motivo da necessidade do aumento é o investimento aplicado na eletrificação do corredor - obra que será concluída até o fim deste ano. "A alegação é de que é preciso absorver o custo de implantação e manutenção do sistema de energia."

Atualmente, a Metra - concessionária que opera o corredor - não recebe subsídios para transportar os passageiros oriundos dos ônibus da ETCD ou da Viação Imigrantes. "Isso é uma conquista da década de 1990 e Diadema é a única cidade da região onde a integração não é paga", comenta o secretário municipal de Transportes, Ricardo Perez. A Prefeitura descarta bancar o R$ 1 adicional. "A cidade não tem condições de absorver este gasto."

O titular da Pasta afirma que, no termo de convênio que a administração municipal firmou com a EMTU para a utilização dos terminais, não consta a possibilidade de cobrança pela baldeação. Recentemente, a integração também passou a ser paga no terminal São Mateus, na Capital. Lá, o usuário que descer dos veículos municipais tem de desembolsar mais R$ 2,90 para entrar no trólebus. Mesmo sistema funciona nos demais terminais.

Procuradas, a EMTU e a Metra não se manifestaram até o fechamento desta edição. As empresas também não forneceram cópia dos contratos de concessão das linhas e de utilização das estações em Diadema.

 

Usuários contestam nova taxa e pedem mais ônibus nas ruas 

A possibilidade da cobrança de tarifa de R$ 1 para baldeação entre os ônibus municipais de Diadema e os trólebus revoltou a maioria dos passageiros que utilizam o sistema diariamente. O acréscimo de despesas no orçamento e a insatisfação com o serviço prestado são as principais queixas dos usuários.

O técnico em informática Douglas Cruz, 20 anos, utiliza o sistema todo dia para trabalhar no Jabaquara, bairro da Zona Sul da Capital. Para ele, a aplicação da taxa seria desproporcional à qualidade dos ônibus que fazem as viagens. "O preço da condução já é elevado. Viajamos sempre em pé e é apertado. Seria abusivo. Além disso, gastaria cerca de R$ 10 a mais por semana."

Para a dona de casa Ilma Vieira Coelho, 51, o aumento só seria justificado se o transporte fosse mais adequado. "Sou contrária. Para reajustar é preciso dar melhor condição aos passageiros. Cadê os ônibus novos? Sempre desço no ponto errado porque não há como se mexer. E para quem ganha pouco, essa diferença pesará no bolso", disse a passageira, que utiliza o trólebus para ir a São Bernardo. (Maíra Sanches)




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