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Moeda também é dinheiro
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
02/10/2011 | 07:00
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Tem gente que não dá a menor atenção às moedinhas; as deixa jogadas em qualquer canto e torce o nariz quando recebe muitas delas. Só lembra como são importantes na hora em que o vendedor pergunta "Tem trocado?". E é justamente para isso que elas servem. Representantes dos valores menores, as moedas são importantíssimas, principalmente para garantir troco no comércio.

Atualmente, há mais de 18 bilhões de moedas em circulação no Brasil. É mais do que o dobro do número de habitantes da Terra, que até o fim deste ano será 7 bilhões. No entanto, quase a metade não é usada. Por isso, o Banco Central - responsável pela produção e circulação do dinheiro brasileiro - faz com frequência campanhas para incentivar as pessoas a gastá-las.

Assim, perder ou esquecer de usá-las é desperdício de dinheiro. Aliás, muitos pensam que a moedinha de R$ 0,01 já nem existe mais. Tem até comerciante que diz não aceitá-la. Saiba que isso não pode acontecer, pois continua tendo valor. Só não podem circular aquelas danificadas, com furo ou tortas, por exemplo.

As moedas brasileiras costumam durar 20 anos. São divididas em primeira família (as mais antigas, feitas em aço) e segunda família (dependendo do valor, feita em aço e outro metal, como cobre e bronze). O curioso é que algumas moedas custam mais para serem fabricadas do que valem. Gasta-se R$ 0,16 para produzir cada moedinha de R$ 0,05; e custa R$ 0,20 para fazer a de R$ 0,10. Quem tem muitas moedas no cofrinho pode trocá-las nos bancos ou estabelecimentos comerciais. A maioria desses locais adora recebê-las.

 

Muitas vão para o teleton

Há ocasiões em que juntar moedas vale a pena, como ocorre com a Corrente do Bem. Por meio da iniciativa, várias escolas do Brasil incentivam os alunos a arrecadar doações em cofrinhos para o Teleton - evento que ajuda a Associação de Assistência à Criança Deficiente.

Os alunos do Colégio Jean Piaget, em São Bernardo, sempre participam. Com a mãe, Guilherme Marinho, 10 anos, percorreu os 20 andares do prédio em que mora para pedir a colaboração dos vizinhos. "Escutei pessoas falarem que uma moedinha não vai ajudar. Mas moeda é como trabalho em grupo. Se juntar várias pode até ultrapassar uma nota de R$ 100."

A amiga Beatriz Martin, 10, foi até o trabalho da tia perguntar às colegas dela se poderiam contribuir. Deu certo: conseguiu muitas doações. "Uma pessoa só não vai conseguir mudar o mundo, mas se mais ajudarem vai dar", diz Gabriel Marques, 10. E a colega Laura Rauscher, 9, usa as moedas que coloca no cofrinho para ajudar o Teleton e quem mais precisar. "Fico feliz." Neste ano, o Teleton, exibido pelo SBT, é nos dias 21 e 22.

 

Foi a primeira forma de grana

As moedas são muito antigas. Não se sabe ao certo quando e onde surgiram, mas há registros de sua existência há 2.700 anos, encontrados onde hoje é a Turquia. No entanto, o homem já fazia negócio antes de serem inventadas. Como? Quando alguém precisava de uma mercadoria trocava por outra de seu interesse. O sal se transformou em um dos produtos mais valorizados, pois servia para conservar e dar sabor aos alimentos. Até os trabalhadores passaram a recebê-lo como pagamento, daí vem a palavra salário.

Depois, foi a vez dos metais preciosos - ouro e prata - virarem dinheiro. O problema é que eram muito pesados e difíceis de transportar. Então, as moedas foram inventadas. Só que em grande quantidade, também dificultavam a transferência de um lugar para outro. Os donos tinham de deixá-las em um determinado local (parecidos com os bancos) sob a segurança de outra pessoa. Como garantia, recebiam um recibo de papel. Assim, surgiram as cédulas.

 

Saiba mais

A produção de moedas é trabalhosa e demora vários dias. Após os grandes discos de metais serem preparados e cortados, as moedas passam pela cunhagem, processo no qual as duas faces são marcadas - por grandes máquinas - com as estampas de cara e coroa.

Todas as moedinhas são contadas por esse equipamento. Depois são contadas novamente por outro aparelho. Os números são comparados para garantir que todas serão encaminhadas com segurança para o Banco Central do Brasil.

É chamado numismático quem coleciona moedas. Por meio delas, os estudiosos descobrem muitas informações sobre a história da humanidade: como era a economia, a forma de governo, a língua de determinado povo, entre outros detalhes. Uma das moedas brasileiras mais raras e valiosas é conhecida como Peça da Coroação. Dom Pedro I mandou fazê-las em ouro, em 1822, para comemorar sua coroação como imperador. Como não gostou do resultado, a produção parou. Apenas 64 exemplares foram feitos.




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