Segundo dados do instituto, os impostos fazem com que o salário mínimo, atualmente de R$ 200, seja de R$ 136,20. O desconto acaba voltando para o governo, seja de forma direta ou indireta.

A carga tributária prejudica ainda mais os trabalhadores com maior renda. Um brasileiro que ganha R$ 10 mil, por exemplo, tem R$ 2.393 descontados de seu salário e gasta mais R$ 1.754 indiretamente em seu consumo. Com isso, o trabalhador só leva para casa 58% de seu rendimento, o equivalente a R$ 5.853.

A situação fica ainda pior quando se soma os tributos pagos pelo trabalhador e pelas empresas. Somando os 18,76% que um assalariado paga, em média, em impostos com o total pago pelas empresas por cada empregado registrado, a carga tributária recebida sobre os salários sobe para 41,7%. O número deixa o Brasil em segundo lugar no ranking de nações com maior carga tributária sobre o salário, atrás apenas da Dinamarca, onde o percentual é de 43%.

O levantamento do Instituto, baseado em dados da Receita Federal, denuncia que o sistema tributário atual penaliza quem trabalha e produz e beneficia o capital financeiro. O estudo aponta que 75% do imposto arrecadado no país provém de salários e faturamento das indústrias. Já o tributo oriundo do capital financeiro responde por apenas 25% do total arrecadado.