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Montreal processará procurador por envolvê-la com EJ
Do Diário do Grande ABC
10/08/2000 | 00:39
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A Montreal Informática vai processar a Uniao para pagar indenizaçao por contratos que alega ter perdido em razao de declaraçoes prestadas pelo procurador da República Luiz Francisco de Souza ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, sobre a suposta participaçao acionária do ex-assessor presidencial Eduardo Jorge Caldas Pereira na empresa. A Montreal quer também impedir que o procurador volte a "dar publicidade a suspeitas infundadas", envolvendo o nome da empresa.

Essas medidas foram anunciadas nesta quarta-feira pelo advogado da empresa, José Carlos Tortima, após ingressar no Tribunal Regional Federal da 1ª Regiao com dois pedidos preparatórios para açoes judiciais a serem propostas contra a Uniao e o procurador. Em um dos pedidos quer que ele confirme ou retifique as declaraçoes de entrevista veiculada no último dia 22. O outro pede o silêncio do procurador.

O primeiro pedido transcreve as declaraçoes do procurador consideradas ofensivas pela empresa: "A questao dos 99% (das açoes da empresa que seriam de Eduardo Jorge). Houve uma informaçao. Chegam por ora num dado só. Que a Montreal teria dois sócios. Que uma empresa chamada MISC Participaçao teria 24 sócios e um deles poderia ser o Eduardo Jorge".

O advogado da Montreal afirmou que a insinuaçao da participaçao de Eduardo Jorge na empresa resultou na suspensao de um contrato que estava praticamente fechado. "O cliente disse que nao iria fechar contrato com uma empresa que está sendo investigada pelo Ministério Público Federal", afirmou Tortima.

Segundo ele, os prejuízos ainda nao foram calculados. "O procurador insinuou que os sócios da empresa tenham praticado crime de falsidade ideológica escondendo o nome de Eduardo Jorge", acrescentou o advogado. Nesta quarta mesmo, Luiz Francisco respondeu a outro pedido judicial formulado pelo escritório Caldas Pereira, do qual sao sócios dois irmaos de Eduardo Jorge, para explicar se disse também ao "Jornal Nacional", no mês passado, se o escritório estaria envolvido em suposto esquema de lavagem de dinheiro. "Iremos processar quem insinuar que os sócios cometeram crime", disse Marcos Jorge Caldas Pereira.

A Montreal poderá ser processada por improbidade administrativa em razao de ter prestado serviços por ter recebido do governo sem ter nenhum contrato em vigor e por conta de contratos emergenciais para atender o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). A empresa disse que os pagamentos foram legais.

Esses fatos foram relatados no depoimento prestado ontem ao Ministério Público pelo secretário-executivo do MJ, Antônio Anastasia, a respeito da visita que recebeu, em fevereiro, do ex-secretário da Presidência. Segundo ele, Eduardo Jorge nao falou que representava a Montreal para falar sobre os serviços do Denatran.




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