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Brasil anuncia pagamento de parte de empréstimo
Por Do Diário do Grande ABC
28/09/1999 | 21:29
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O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira (28) que no próximo dia 13 pagará 30% de um empréstimo de US$ 4 923 bilhoes, contraído junto aos países ricos em abril, além dos juros que vencem nessa data e que equivalem a US$ 259 milhoes. No total, desembolsará US$ 1,736 bilhao.

O anúncio foi feito no mesmo dia em que o Equador cumpriu apenas metade de seu acordo com os credores. Por estar atravessando uma crise política e econômica, o governo equatoriano só pagou uma parte dos US$ 98 bilhoes em juros, que venceram nesta terça-feira. E os mercados estao ainda avaliando se aceitarao ou nao a sua proposta de reestruturaçao de dívida.

"Foi apenas uma coincidência", disse o diretor da Area Internacional do Banco Central, Daniel Gleizer, ao lembrar que os vencimentos brasileiros ocorreriam no dia 13 de outubro, "com ou sem o Equador". Mas ele reconheceu que a decisao do Brasil de pagar 30% do principal, além dos juros, é uma sinalizaçao para os mercados de que o País honrará seus compromissos.

O empréstimo de US$ 4,923 bilhoes é, na verdade, a segunda tranche de um empréstimo maior do BIS (Bank of International Settlements, ou Banco Central dos bancos centrais) e do Banco do Japao, de US$ 14,5 bilhoes.

Esse dinheiro faz parte do pacote de ajuda financeira de US$ 41,5 bilhoes, concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) ao Brasil, para ajudá-lo a superar a crise econômica.

A primeira tranche, de US$ 4,540 bilhoes, foi desembolsada em dezembro de 1998 e venceu em junho passado. Na ocasiao o governo brasileiro também decidiu pagar 30% do capital, além dos juros. Existe uma terceira tranche - mas o governo decidiu que nao precisava do dinheiro.

Em dezembro, haverá outro vencimento da primeira tranche. Na ocasiao, o governo brasileiro decidirá se continuará reduzindo o capital ou pagará apenas os juros. "O empréstimo foi feito para ajudar o Brasil a superar um período de transiçao e, apesar de nao haver um prazo para o pagamento do principal, essa transiçao acaba em algum momento", disse Gleizer.

O desembolso, do próximo dia 13, será feito com dinheiro das reservas brutas. Segundo Gleizer, o Brasil só nao fará um pagamento maior de capital porque quer agir com prudência. "Os mercados estao bem mais calmos do que no início do ano, mas ainda há certo nervosismo", concluiu.




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