Depois da saída do caseiro, o imóvel teria sido alugado para um casal que montou um canil. Segundo Silva, a casa está desocupada há cerca de dois meses. Morador do Sítio São Francisco - área da Mata Atlântica, em Rio Grande da Serra - há mais de 20 anos, Silva conta que o local é pacato e as pessoas mal saem de dentro das casas depois das 19h por causa da escuridão e da falta de movimento. "De dia, se passasse um carro diferente, a gente ia notar. A não ser que só ficaram por aqui no meio da noite, mas a polícia disse que ficaram por aqui de dia."
Segundo Silva, apenas a movimentação dos policiais tornou-se comum no trecho de terra que vai da sua casa até a chácara. Ele contou que policiais teriam permanecido nos arredores da chácara na tarde de sábado e durante parte da manhã do domingo. "Mas eles não falam nada e nem perguntam coisas para a gente daqui."
Ainda segundo o ex-caseiro, o proprietário do imóvel se chama Adilson Paiva. De acordo com Silva, esse suposto proprietário teria estado na casa no sábado que antecedeu a eleição (Emile desapareceu no domingo do pleito eleitoral, dia 3 de outubro). "Não sei o que ele veio fazer e não conversei com ele nesse dia. Só me disseram que ele esteve ontem (sábado) na delegacia para depor", disse o Silva.
O corpo de Emile foi encontrado no dia 7 de outubro em um matagal há 2,5 Km da casa na estrada da Manacá. A menina estava nua e parcialmente, embrulhada em um saco plástico. O corpo tinha ferimentos no pescoço e no tórax. Os laudos periciais solicitados pela investigação ainda não foram divulgados pela polícia.
Neste domingo, após encontrar o ex-caseiro da chácara, a reportagem tentou contatar os policiais que trabalham nas investigações, mas não conseguiu confirmar a versão de que o suposto proprietário da chácara teria comparecido para depoimento no Distrito Policial de Rio Grande da Serra.
A polícia também não informou ao Diário os resultados da varredura que seria feita para procurar a arma usada para matar a estudante de 10 anos. Sábado, a polícia planejava vasculhar um trecho da Mata Atlântica onde, segundo depoimentos dos suspeitos, o objeto pontiagudo usado pelo assassino teria sido jogado. Oficialmente, a polícia informou apenas já ter conhecimento sobre o perímetro no qual a arma estaria perdida.
Neste domingo, nas delegacias de Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires, ninguém tinha informações sobre as investigações. O delegado plantonista dos DPs, Tiago Lucarelli Tucundava, disse não saber sobre o andamento das investigações.
Dos sete suspeitos investigados pela morte de Emile presos temporariamente, cinco já foram transferidos da Cadeia Pública de Ribeirão Pires para outra prisão do Grande ABC, por conta da desativação da unidade de Ribeirão. Maria Aparecida Salviano de Oliveira, 52 anos, está detida na penitenciária feminina de São Bernardo.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.