Era para ser só mais um almoço no Shopping ABC. Mas o pequeno Enzo, 1 ano e 3 meses, adorou quando aquelas pessoas começaram a dançar. A refeição de Lavina Baiane, 29, e Vanessa Couto, 19, ficou mais divertida: elas resolveram dançar junto. "Mas por quê estão dançando?", perguntou Lavina.

A resposta veio na última música, I like to move, ou Eu me remexo muito, do desenho animado Madagascar. Nela, os cerca de 40 alunos da Faculdade de Medicina do ABC vestiram a camisa do Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama.

"Achei bem legal, além de ter uma mensagem importante", disse a atendente Vanessa. "Hoje a juventude anda tão violenta que é ótimo vê-los reunidos por uma causa nobre", opinou a dona de casa Vanessa Florêncio, 30, mãe de Enzo.

Para encerrar a ação de ontem, conhecida como flash mob, os estudantes esticaram faixa onde se lia: "Pro Câncer de Mama não dê mole, não. Mamografia, essa é a opção."
Quando a música acabou, eles rapidamente se dispersaram, deixando no rosto dos que almoçavam um sorriso e uma certa vontade de dançar. Tudo durou cinco minutos.

A mãe da ideia foi a aluna Jacqueline Alves Ressio, 21, presidente da Federação Internacional das Associações de Estudantes de Medicina do Brasil na FMABC. "A associação faz diversos trabalhos sociais em todo o mundo. Como este é o mês de conscientização sobre o câncer de mama, resolvemos fazer uma ação divertida, mas que chamasse a atenção", explicou.

A futura médica Bruna Cappelano Casacchi, 20, relembrou a importância de se prevenir o câncer de mama. "É a doença que mais mata mulheres no Brasil e, se for diagnosticada cedo, as chances de cura ultrapassam 90%."

Inca anuncia amanhã novas recomendações contra a doença

O Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva anuncia amanhã sete novas recomendações para reduzir a mortalidade por câncer de mama no País. Neste ano, elas serão focadas no tratamento dos tumores. 
As indicações do Inca servem de complemento àquelas lançadas no ano passado, igualmente por ocasião do Outubro Rosa, quando o foco foram ações de prevenção e detecção precoce de tumores.

Entre as recomendações divulgadas em 2010 está o amplo acesso à informação com base científica e de fácil compreensão sobre o câncer de mama, o incentivo ao auto-exame, prazo máximo de 60 dias para que toda mulher com nódulo palpável na mama receba diagnóstico e o direito à realização de mamografia a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos, entre outros.

As recomendações não têm força de lei, mas se aplicadas nos sistemas de Saúde público e privado, têm potencial para reduzir a mortalidade pela doença.