Tratada como uma mistura entre a chilena Isabel Allende (pelo talento com dramas familiares) e a dominicana Julia Alvarez (pela habilidade com farsas), a holandesa Elle Eggels tem o romance A Casa das Irmãs (Rocco, 208 págs., R$ 25) publicado no Brasil. Uma pitada de realismo mágico, um tom bem humorado e um inegável olhar feminino estão embutidos no livro – a estréia literária da autora –, que relata a trajetória de sete irmãs órfãs na pequena Limburgo (Holanda) durante as décadas de 40 e 50.

Desencontros amorosos – e acertos, também – e várias armadilhas colocadas nas histórias pessoais das irmãs, que administram uma padaria, foram inseridos na narrativa. Martha, a mais velha, vem de um casamento mal sucedido e cuida das seis irmãs. Apaixonadas no íntimo pelo ex-marido de Martha, Sebastian, as seis cumprem um roteiro de vai-e-vem com a vida, no qual se incluem figuras como um prefeito casado e um menino corcunda.

Elle pinta suas personagens com as cores da contradição, o que as humaniza – são mulheres vigorosas e vulneráveis, sensatas e perturbadas por espectros do passado. O ponto de vista é o de Emma, filha de Martha. Ex-jornalista especializada em moda, Elle abandonou a carreira para viajar pelo mundo e escrever livros.