O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não garantiu nesta terça que o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Diadema servirá exclusivamente para abrigar presos da cidade, quando finalizado. "No momento adequado nós vamos avaliar. Se Diadema tiver presos suficientes (a capacidade é para 576 presos), não precisarão ir (homens de outros municípios). O caminho é o do entendimento, que até agora prevaleceu. O governo vai trabalhar nesse sentido", afirmou nesta terça o tucano durante visita a Mauá, onde fez campanha para o candidato a prefeito pelo PV, Leonel Damo.

A Prefeitura de Diadema embargou na quinta-feira passada as obras do CDP. A alegação é de que o Estado teria assumido, em setembro do no passado, o compromisso de abrigar apenas presos do município. Como o acordo foi informal, a administração exige ainda a formalização de um documento.

Como as obras continuam a ser realizadas pelo setor de engenharia da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, que ignorou o embargo por entender que a decisão da Prefeitura é ilegal, o município aplicou uma multa de R$ 27 mil. A cada dia de descumprimento do embargo, existe um acréscimo de 20% sobre esse valor.

"Não vejo razão para o embargo, porque foi tudo acertado com a Prefeitura. O município doou terreno e deu alvará. Acho que ainda podemos ter um bom entendimento", afirmou Alckmin.

Alckmin preferiu não polemizar ao ser questionado se o embargo envolve uma questão meramente política. É que o prefeito de Diadema, o petista José de Filippi Jr., disputa a reeleição com o tucano José Augusto da Silva Ramos. "Não vou fazer qualquer acusação. Trabalhamos em parceria", desconversou o tucano.

Presos - O governador disse que os Centros de Detenção Provisória são necessários para resolver a situação penitenciária do Estado. "Não queremos ter presos em cadeias, em distritos policiais. Os CDPs têm segurança e são instrumentos modernos", afirmou.

A conclusão das obras do CDP de Diadema está prevista para março do ano que vem. Os trabalhos tiveram início em junho de 2003. Até esta terça, apenas um quarto da obra foi realizada, e devem consumir mais de R$ 7 milhões.

Localizado na rua Caramuru, na Vila Conceição, o prédio terá capacidade para até 576 presos.