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Crise fecha Hospital Rudge Ramos
Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
04/05/2005 | 11:56
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O Hospital e Maternidade Rudge Ramos, em São Bernardo, fechou as portas depois de quase 30 anos de funcionamento. Na portaria, aviso colado no vidro dá a explicação oficial: “reformas no prédio”. Mas o real motivo do fechamento seria uma crise financeira. O hospital estaria à venda.

Referência na cidade na década de 1980, o Hospital Rudge Ramos não atende pacientes desde a semana passada, quando culminou o gradativo processo de suspensão de atividades.  “Há cerca de 20 dias, trouxe minha filha para uma consulta. Era entre 21h30 e 22h. A porta estava fechada; recepção à meia luz. Estranhei. Pedi para meu marido parar o carro e fui ver o que estava acontecendo”, diz a representante de cobrança Ana Maria Cavallieri, 40 anos.

Segundo Ana Maria, uma enfermeira lhe informou que apenas um médico atendia no hospital e que estava ocupado com outro paciente. No dia seguinte, à tarde, a representante voltou para o hospital com a filha, que enfrentava uma crise de sinusite, e a história se repetiu. Um só médico para atender a todos. “Eles tentaram me dizer que aquele era um problema atípico, mas quando falei sobre a noite anterior, todos ficaram sem resposta na sala”, afirma.

A representante é associada da Amesp, um dos 20 convênios médicos que eram atendidos pelo hospital, como indica a placa ainda pendurada na portaria. A lista incluía outras empresas famosas no ramo, como Sulamérica e a Unimed. A maioria dos outros convênios são vinculados a empresas.

O fechamento do hospital é tratado com cuidado entre funcionários. Não se sabe os valores que estariam envolvidos na transação, mas é certo que a negociação já vem se desenrolando desde o início do ano.

Oficialmente, ninguém comenta o assunto. A reportagem procurou pela diretoria do hospital, mas um funcionário da administração disse à reportagem que nenhum responsável foi localizado terça-feira. O motivo de tanto sigilo é o temor em “desgastar a imagem” do hospital, garante outro funcionário.

O movimento no hospital se resume a colaboradores da administração e pacientes de dois médicos – um cirurgião plástico e um alergista – que alugam instalações do hospital para atender pacientes particulares.

A expectativa é de que a negociação para venda do hospital seja concluída até o fim desta semana. O nome mais cotado para a compra do Rudge Ramos é o de um médico que trabalhava no centro antes do fechamento “temporário” das portas.



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