Após um ano de incertezas em 2009, por conta da crise econômica, a operadora de planos de saúde Samcil quer dar a volta por cima neste ano. A empresa vai investir R$ 30 milhões em centros médicos. Deste total, R$ 18 milhões são destinados ao Grande ABC.

A região é berço da empresa, que possui vários hospitais próprios. Como aconteceu com todo o setor de saúde, o ano passado também foi ruim para a Samcil. A operadora que atua nas classes C e D viu sua carteira de clientes despencar de 602 mil vidas para 510 mil e a sinistralidade subiu de 63% para 68%.

Os planos do presidente da Samcil, o médico Luiz Roberto Silveira Pinto, são muitos. Entre eles, a ampliação do número de clientes. "Hoje, 10% da nossa carteira de 600 mil beneficiários estão no Grande ABC. A meta para os próximos dois anos é pular de 60 mil para 150 mil clientes", afirma.

Outro objetivo para a região é reativar o antigo Hospital Jardim, em Santo André. "Adquirimos o complexo há um ano, mas a reforma só começou há dois meses. Em junho ou julho, no máximo, vamos reinaugurá-lo, proporcionando à população de Santo André e de todo o Grande ABC atendimento de qualidade em um centro próprio", diz Pinto. Só na reforma e aquisição de equipamentos, a empresa investiu no Hospital Jardim (que continua com o mesmo nome) R$ 12 milhões.

SÃO BERNARDO - Outro empreendimento na região que está em fase de finalização é uma casa na avenida Lucas Nogueira Garcez, em São Bernardo. "Adquirimos o imóvel para montar um centro de atendimento completo, com equipamentos novos", diz o presidente.

O Hospital Pereira Barreto, em São Bernardo, também é da Samcil e hoje, chamado de Hospital Baeta Neves, pertence à Saúde ABC e é motivo de disputa judicial. "O processo de retomada de posse encontra-se na Justiça e esperamos uma decisão final para os próximos três meses. Queremos definitivamente organizar a casa em 2010", acrescenta.

Pinto revela que um dos motivos que levaram à queda no número de beneficiários em 2009 é que a operadora tem clientes em setores que sofreram com a crise econômica, como o de autopeças, que promoveram muitas demissões.

Apesar da redução no número de beneficiários, a Samcil conseguiu aumentar o faturamento de R$ 552 milhões em 2008 para R$ 580 milhões em 2009. Para este ano, o executivo espera faturar R$ 720 milhões, acréscimo de cerca de 25% sobre o período anterior. "Para nós, essa tarefa é menos difícil do que para seguradoras e empresas de medicina de grupo, porque 93% dos procedimentos médicos da Samcil são realizados em rede própria, o que diminui os custos", finaliza.