O ex-deputado José Dirceu (PT-SP) disse no domingo que vê a campanha presidencial de 2010 como um desafio, pois será a primeira vez que o presidente Lula não concorrerá após a democratização do País.

"É um desafio fazer campanha sem Lula. Acho que esta será uma eleição difícil. Não subestimo nem o José Serra, governador de São Paulo, ou o Aécio Neves, governador de Minas Gerais", afirmou, referindo-se aos dois nomes cotados para a corrida eleitoral do próximo ano pelo PSDB.

Para Dirceu, porém, as eleições presidenciais serão favoráveis ao PT. "Tenho intuição de que sairemos bem. A Dilma (Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT) é aprovada por unanimidade pelo partido, tem 20% dos votos e temos grandes alianças", avaliou.

Segundo ele, os brasileiros votarão na provável candidatura de Dilma por desejarem "que as coisas continuem no rumo que estão". "Tenho viajado muito pelo Brasil e sinto que há grandes chances. Agora falta fazer campanha, mas isso o PT sabe fazer", declarou.

O ex-homem forte do governo Lula afirmou que estará "à disposição do partido para o que for necessário".

Dificuldade - O ministro da Justiça, Tarso Genro, previu que Dilma vai se eleger presidente da República em 2010 e, no cargo, precisará mais do PT do que Lula.

"Qualquer outra liderança que for substituir o presidente precisará muito mais do partido do que o Lula precisou devido à sua característica ímpar de articulação", sustentou, durante café da manhã com lideranças do partido, em Porto Alegre.

Para Tarso, no atual governo o partido assumiu papel mais de sustentação do que de produção de ações e políticas.