Política Titulo Gastos
Funcionário público do ABC
ganha em média R$ 4.456

Melhor remuneração média é do funcionalismo público de São
Caetano; trabalhadores de Ribeirão são os que ganham menos

Por Bruno Coelho
Do Diário do Grande ABC
17/02/2013 | 07:00
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Cada um dos 43.093 servidores das sete Prefeituras do Grande ABC recebeu, em média, R$ 4.456,40 mensais em 2011, segundo dados do relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Os gastos com pessoal levaram em consideração tanto concursados quanto comissionados. A cidade que melhor remunerou seus funcionários no período foi São Caetano, com média de R$ 6.833,19 mensais, enquanto os trabalhadores do município de Ribeirão Pires tiveram o menor contracheque: R$ 1.136,35 (veja arte completa acima).

Os custos para manter os trabalhadores não são considerados no cálculo, pois são computados nas despesas o 13º salário, abonos, rescisões contratuais, entre outros gastos com servidores. Trata-se da média do total dispensado com folha de pagamento, dividida pelo número de funcionários.

Um fator que inflaciona a folha salarial das administrações municipais é a remuneração dos cargos comissionados. Curiosamente, é corriqueiro prefeitos reclamarem que as remunerações dos postos de confiança estão abaixo das praticadas pela iniciativa privada e, por isso, há dificuldade em atrair técnicos.

Com 4.652 trabalhadores, São Caetano registrou no penúltimo ano do mandato de José Auricchio Júnior (PTB) gasto de R$ 381,5 milhões com funcionalismo: média de R$ 6.833,19. O custo da mão de obra da Prefeitura de Santo André ficou como a segunda mais cara, com média de R$ 5.570,60 mensais para cada um dos 8.144 servidores da gestão de Aidan Ravin (PTB).

Em seguida vem São Bernardo, de Luiz Marinho (PT), cuja média obtida por cada trabalhador foi de R$ 4.416,49. A cidade tem a maior quantidade de colaboradores públicos no Grande ABC (14.427), sendo 585 comissionados. Ao todo, saíram do bolso do contribuinte são-bernardense R$ 764,6 milhões para manter os recursos humanos do Executivo em 2011.

O funcionário público de Diadema, na gestão de Mário Reali (PT), teve ganho mensal de R$ 4.065,21, em média. Na administração petista, foram registrados 6.600 servidores, 400 deles comissionados. Em Mauá, ainda administrada por Oswaldo Dias (PT), o Paço gastou R$ 180.7 milhões com 3.879 colaboradores, o que gera média de R$ 3.881,61 repassados a cada trabalhador.

Na sequência está Rio Grande da Serra, onde os 690 funcionários da Prefeitura na gestão Adler Kiko Teixeira (PSDB) receberam, em média, R$ 2.467,95 por mês. Ribeirão Pires, administrada na ocasião por Clóvis Volpi (PV), chegou a 4.701 funcionários públicos, resultando em R$ 64,1 milhões no período.

 

COMPARATIVO

O cenário econômico de parte dos trabalhadores das Prefeituras é bem diferente de aproximadamente 290 mil habitantes da região, que, segundo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), recebem apenas um salário-mínimo, hoje em R$ 678.

Segundo estudo feito pela Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) em conjunto com Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a média salarial dos trabalhadores do setor privado na região, em 2012, foi de R$ 1.842.

 

DISCREPÂNCIAS

Para o advogado e especialista em administração pública Ariosto Mila Peixoto, não é possível avaliar se trabalhar em prefeituras é mais vantajoso do que no setor privado. Ele analisa que o meio público engloba três vertentes: salários condizentes com as funções prestadas pelo servidor; vencimentos abaixo do mercado; e supervalorizados, principalmente no que se refere aos comissionados. "Há salários absurdamente discrepantes, como em cargos de comissão que ganham R$ 8.000, que talvez no mercado privado não ganhasse isso."

Mesmo assim, Peixoto estranha a diferença de valores gastos com funcionalismo de São Caetano e Ribeirão Pires. "Há algo errado nessas diferenças, pois uma discrepância dessas numa mesma região é injustificável", disse.




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