Amanhã as lojas de fogos de artifício da região ainda estarão de portas abertas aos clientes. Mas desta vez o consumidor pode não se agradar com o que vai encontrar. Os preços desses produtos subiram até 60% em relação ao meio do ano. E, como consequência, os microempresários do ramo aguardam encerrar as vendas de dezembro com queda em relação ao mesmo período de 2011.

Um dos principais motivos para a elevada inflação dos fogos de artifício, segundo os lojistas, foi o grande número de torcedores do Corinthians que moram na região e o quanto eles gastaram para comemorar os títulos que o time conquistou neste ano, no caso da Copa Libertadores da América e o Campeonato Mundial de Clubes da Fifa.

"No meio do ano, eu comprava uma caixa de rojão de 12 tiros do fornecedor por R$ 7,30. Hoje, o preço elevou para R$ 10,50. E não tem jeito, tenho que repassar para os clientes", explicou o proprietário da Lafaiete Fogos de Artifício, de Mauá, Lafaiete Rodrigues da Silva.

Os valores subiram seguindo a ordem natural de procura e oferta. Quanto maior a demanda por qualquer produto, normalmente surge mais inflação. E é isso que tem ocorrido no caso dos fogos de artifício.

Há 24 anos no ramo, Marcos Antonio Silva, conhecido como Pirata, que mantém a Loja do Pirata em São Caetano, conta que os clientes estão reclamando. "Falam que está muito caro, até me chamam de ladrão", ironizou, destacando que está repassando preços e tirando a margem de lucro mínima para não sair no prejuízo. "Isso tem afastado um pouco os clientes, mas muitos continuam comprando."

Pirata exemplifica a situação com o preço de uma caixa de fogos de bateria de 3.600 tiros, que teve inflação de, aproximadamente, 50% no fornecedor do meio do ano até a semana passada. "Hoje está cerca de R$ 600."

Alexandre Medea, dono da Domínio Atacado e Varejo de Fogos e Pipas, que está localizada em São Bernardo, prevê diminuição de 30% nas comercializações deste mês.

"Têm muitos corinthianos. Acho que 70% do País torce para o time. E eles gastaram muito para comemorar os títulos com fogos, uniformes e viagens. Agora quem pretendia comprar R$ 100 de fogos para o Ano-Novo está gastando R$ 30", avaliou Medea. Ele acrescentou que em sua loja, os consumidores vão encontrar valores entre 40% e 60% mais caros.

Lafaiete Rodrigues da Silva, que atua há uma década no segmento, acrescenta mais um motivo para que os preços dos fogos nos fornecedores, que estão concentrados em grande maioria em Santo Antônio do Monte, em Minas Gerais, foram as eleições municipais. "A cada quatro anos sempre percebemos um avanço grande nos preços desses produtos para as comemorações dos prefeitos eleitos em todo o País", declara.