Se por um lado os 2,03m impõem restrições como ficar com o pé para fora da cama, por outro incentiva a paraense Elisane Silva, 16 anos, a buscar o sonho de ser modelo. A altura ainda a deixou famosa. A adolescente mais alta do Brasil (só não é do mundo porque perde para a tailandesa Malee Duangdee, de 2,12m e 19 anos) apareceu em reportagens e até em programa da TV japonesa. "Depois disso ninguém me apelida mais. Agora não tenho mais vergonha de sair nas ruas", afirma Elisane, que é vaidosa e não sai sem maquiagem. Além disso, os meninos gostam. Elisane namorou um garoto de 1,70m. "A altura não é problema. Me paqueram, mas agora não quero namorar."

A garota, porém, não gosta de lembrar o que ouvia quando era mais nova. "Me chamavam de gigante e faziam brincadeiras. Chorava e tinha vergonha até de mim mesma." Agora restam as dores que atrapalham. Há dois anos deixou de ir à escola pelas pontadas na cabeça e no corpo. "Era ruim sentar na carteira", afirma Elisane, que sente falta de estudar. "Pretendo retomar em 2012."

MUDANÇA - A garota percebeu que tinha algo diferente aos 11 anos. Era mais alta do que as outras meninas e seus pais e irmãos eram baixos. "Minha mãe conta que quando estava grávida sua barriga era a maior de todas. Comecei a andar só com três anos e as dores vieram. Sofro com a coluna, pernas, braços e cabeça.Sinto tontura." Elisane já procurou médicos e fez diversos exames que deram resultados normais. "Ninguém descobriu o que é. Gostaria de saber o que tenho para me tratar", desabafa.