Política Titulo Eleições 2012
Em 1º, Vanessa
é alvo em debate

Candidata do PMDB em Mauá evita entrar no jogo dos
rivais e usa o tempo disponível para falar de propostas

Por Mark Ribeiro
Luis Felipe Soares
22/09/2012 | 07:22
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Primeira colocada nas pesquisas de intenções de voto, a candidata a prefeita Vanessa Damo (PMDB) foi o alvo no debate do Diário com os prefeituráveis de Mauá, realizado ontem à noite na USCS (Universidade Municipal de São Caetano). A peemedebista evitou o confronto direto, não entrou no jogo dos rivais e pautou as falas em propostas.

O primeiro a partir ao ataque foi Donisete Braga (PT), que perguntou a Vanessa que nota ela daria para o governo de seu pai, o ex-prefeito Leonel Damo, que deixou o Paço em 2008 com reprovação recorde. A peemedebista respondeu que não perderia tempo com picuinha. "Fazer avaliação de governo não é picuinha, mas a incomoda e por isso foge. Não tem coragem. Dá a impressão que tem decorado o texto. A nota que dou é zero", replicou o petista.

Quem mais rivalizou com a candidata foi Diniz Lopes (PR), que foi questionado por Vanessa sobre se levará IML (Instituto Médico-Legal) a Mauá, equipamento fechado no governo Oswaldo Dias (PT). "O PT errou, mas aquilo era um açougue. E Mauá só não tem o IML de volta por incompetência sua. E olha que a senhora diz ‘amém' para o governo do Estado (o qual apoia como deputada). O que está ganhando com isso?", questionou.

Após Vanessa dizer que "Mauá precisa de prefeito equilibrado emocionalmente", Diniz fez caretas e intensificou a ofensiva. "Olha candidata, acho que a senhora precisa trocar a pilha. Quem viu o debate da TV Bandeirantes e vê este acha que tem alguém na plateia com controle remoto para te controlar." O republicano ainda lembrou que Leonel Damo foi acusado de desviar R$ 14 milhões do SUS (Sistema Único de Saúde).

Padrinho de casamento de Vanessa, Atila Jacomussi (PPS) não poupou a afilhada. Ele lembrou emenda de R$ 650 mil enviada pela deputada licenciada para a cidade de Panorama, no Interior, que tem Cássia Regina Villa Lima (PP), ex-assessora da peemedebista, concorrendo a prefeita. "Isso não é abuso de poder político?", questionou o popular-socialista.

A prefeiturável respondeu que, como parlamentar, tem responsabilidade de enviar emendas para todo o Estado, e que destinou R$ 100 milhões a Mauá. "Não mandou nada. É candidata de papel e não faz nada do que coloca no outdoor", retrucou Atila, gerando pedido de direito de resposta a Vanessa, que foi concedido - houve outras três solicitações da assessoria da peemedebista, mas não foram avalizados. "Não me importa ser atacada por mais 16 dias se for para o povo não ser atacado por mais quatro anos", afirmou Vanessa.

No campo propositivo, a candidata disse que irá zerar o deficit de vagas em creche hoje de 1.030 crianças, e cinco UBSs (Unidades Básicas de Saúde) 24 horas.

 

Peemedebista ataca falta de estrutura na Saúde de Mauá

Em meio às críticas, Vanessa Damo (PMDB) alertou aos moradores de Mauá sobre as necessidades de ações voltadas à Saúde, questão que será prioridade em um futuro mandato.

Sua principal indignação é sobre a falta de estrutura dos centros hospitalares. "A mudança de Mauá começa por melhorias quanto à Saúde da população. É inadmissível a falta de médicos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento 24 horas) e remédios nas UBSs (Unidade Básica de Saúde)", afirmou a deputada estadual.

A peemedebista também deseja agilizar o processo de atendimento por meio da digitalização e integração da rede pública. "Não posso permitir que a população espere até dois anos para fazer exames", explanou.

 

Donisete Braga se apega a bandeiras de campanha

Pregando a comparação das realizações dos 12 anos de governo do PT com os outros 46 da história de Mauá, Donisete Braga (PT) citou as principais bandeiras de sua campanha. Reiterou que, se eleito, tentará estadualizar o Hospital de Clínicas Radamés Nardini, informatizar a rede de Saúde para entregar remédios em casa e implantar o Bilhete Único para ônibus e trem.

"Temos de comparar, ver quem recuperou a cidade, para saber quem tem credibilidade para dizer que vai fazer", discorreu o petista. Ele foi questionado por Atila Jacomussi (PPS) se "seguirá a onda Serra", por se candidatar a prefeito no meio do mandato de deputado estadual. "Estou no quarto mandato e me sinto preparado para governar Mauá", respondeu.

 

Diniz Lopes tem de explicar falta d'água e custo do serviço

Ex-superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Diniz Lopes (PR) teve de explicar a falta e o custo d'água na cidade. Em debate com Edimar da Reciclagem (PSDB), questionou o valor do metro cúbico da água. O tucano respondeu: "O senhor não teve trabalho atuante na Sama e vem perguntar para mim?" Na tréplica, Diniz informou que o valor é de R$ 13,69. "O povo sabe e, o senhor, que quer governar, não sabe?", insistiu contra o republicano.

Indagado por jornalista sobre a constante falta d'água na cidade, Diniz Lopes admitiu dificuldade em abastecer 3% das residências, problema que, segundo ele, será sanado com a construção de reservatórios.

 

Falta de vagas nas creches é abordada por Ozelito

O prefeiturável Irmão Ozelito (PTB) chamou a atenção para a falta de vagas nas creches de Mauá. Assim como outros concorrentes, ele é a favor de se firmar parcerias com escolinhas particulares, associações e igrejas para que as cerca de 2.600 crianças na fila de espera possam ser atendidas.

Ele aproveitou a oportunidade para criticar as brigas partidárias dos políticos locais, fator que seria responsável pela cidade quase ter perdido recursos do Estado para a construção de uma creche no Jardim Sônia Maria.

Com bom humor, finalizou citando a rivalidade de Vanessa Damo (PMDB) e Donisete Braga (PT). "Mauá não pode perder seus deputados. São meus amigos e quero ter a ajuda deles no meu governo", brincou.

 

Atila fala em encarar corrupção como doença

Incitado por Paulo Bio (PV), Atila Jacomussi (PPS) prometeu que, se eleito, irá encarar a corrupção no poder público como doença. "Está instalada na cidade há 30 anos. É a grande causadora da estagnação do desenvolvimento de Mauá." O prefeiturável sugeriu medicação peculiar. "Essa doença tem remédio: o voto do povo."

O popular-socialista projetou acabar com barganhas políticas e ironizou as três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento 24 horas) da cidade. "Mauá não tem UPA. É: ‘Opa! Cadê o médico? Opa! Cadê o remédio'?" Prometeu ainda construir o Poupatempo da Saúde e CEUs (Centros Educacionais Unificados). "Não se faz história nova com velhos personagens."

 

Edimar aposta em benfeitorias tucanas para atrair votos

Edimar da Reciclagem (PSDB) apostou nas benfeitorias de seu partido no governo do Estado para tentar atrair a atenção dos internautas. Na avaliação do vereador, o jeito tucano de administrar pode ser a solução para a cidade melhorar.

"O PT, em 12 anos, só fala do shopping (aberto em 2002, na segunda gestão de Oswaldo Dias, do PT). O Estado fez o Rodoanel, trouxe a Fatec (Faculdade de Tecnologia), a Etec (Escola Técnica Estadual) e o AME (Ambulatório Médico de Especialidades). O eleitor vai saber avaliar se vale a pena voltar ao passado", garantiu o vereador.

Ele também fez questão de criticar o governo petista pelo fato de que outros serviços existentes não são devidamente divulgados pelo Executivo.

 

Bio acredita que mudança de gestão fará cidade crescer

O desenvolvimento de Mauá foi o principal foco trabalhado por Paulo Bio (PV) no debate de ontem. O verde aposta em uma efetiva mudança de gestão para que Mauá possa avançar na área da indústria.

Segundo o prefeiturável, a cidade tem condições de se destacar no Grande ABC. "Mauá tem capacidade e tamanho para ser o município que mais pode crescer. Mas a administração tem de ter uma nova postura ao desejo de prosperidade. Temos de ser mais ousados", afirmou, ressaltando que o Rodoanel pode auxiliar nesse plano.

A mudança pregada por Bio passa pelo relacionamento com os comerciantes. "Antes havia questões de interesse e hoje existe rigor excessivo. Onde está o meio termo?", questionou.

 

José Silva cobra investimento nos professores

Utilizando sua experiência como educador, o prefeiturável José Silva (Psol) deu ênfase em suas falas ao futuro da Educação em Mauá. Ele criticou a falta de interesse da atual administração de Oswaldo Dias (PT) em investir no setor e no aprimoramento dos professores.

"Construir prédio qualquer político ‘picareta' faz. O que falta é que o poder público invista nas pessoas. Sem os reajustes dos professores, não adianta esperar bons resultados", criticou o socialista.

Outro ponto atacado foi a situação do Transporte Público. Ele reafirmou a intenção de criar um conselho municipal de transporte, sendo que a participação do povo na resolução do problema é essencial, principalmente para fiscalizar o serviço das empresas de ônibus.




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