Há 18 meses longe dos holofotes políticos, o ex-prefeito de Mauá Oswaldo Dias (PT) tem aproveitado o tempo livre para visitar parentes e participar de reuniões políticas. Mas avisa que não tem mais pretensões eleitorais.

Professor aposentado pelo Estado, ele circula pela cidade que governou por três mandatos (1997 a 2000, 2001 a 2004 e 2009 a 2012) e ainda dá conselhos políticos para aliados.

Mas aos 72 anos, o petista minimiza as chances de voltar às urnas. “Na política a gente nunca pode dizer que não vai (disputar uma eleição), mas não há nada planejado”, disse Oswaldo.

O ex-chefe do Paço não foi chamado para trabalhar na gestão de Donisete Braga (PT), seu sucessor em Mauá. Apesar disso, afiançou que tem participado de conversas informais com seu correligionário. Entretanto, Oswaldo não tece comentários sobre o governo de Donisete. “Como não estou ali no dia a dia, prefiro não falar a respeito.”

A relação entre os dois estremeceu em 2012, quando o então deputado estadual liderou manobra interna no PT, tirando de Oswaldo a possibilidade de disputar a reeleição e se colocando como candidato da sigla à Prefeitura de Mauá. Se tivesse participado do pleito e vencido, Oswaldo se tornaria o único prefeito do Grande ABC a conquistar quatro mandatos.

O grupo político de Oswaldo Dias está enfraquecido na cidade e observa o fortalecimento dos aliados do atual chefe do Executivo. A despeito de não possuir mesmo poderio político do passado, o ex-prefeito ainda tem peso para nomes que o sucederam na política de Mauá e da região.

Ele vai apoiar, por exemplo, o projeto de reeleição do deputado federal Helcio Silva. Na disputa estadual, vai colaborar com Luiz Turco, presidente do diretório petista de Santo André. “O Helcio é nome da cidade e o Turco representa candidatura regional”, defendeu.

HISTÓRICO
Militante histórico do PT na região, Oswaldo Dias é integrante da direção nacional da legenda e participou ativamente das decisões importantes que permearam o partido nas últimas três décadas.

Em seus três mandatos, o período de maior turbulência foi em seu segundo governo, quando Valdirene Dardin, então secretária de Finanças, foi presa acusada de peculato (apropriação indevida de dinheiro público) por ter sacado ilegalmente R$ 230 mil de conta da Prefeitura.

Em maio de 2012, Oswaldo foi considerado inelegível por oito anos, decorrente de condenação no TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) por abuso do poder econômico e político, além de uso indevido da máquina pública.

Em 2004, quando apoiou seu vice Márcio Chaves (PT) à sucessão municipal, o prefeito organizou exposição Túnel do Tempo, que mostrava benfeitorias da gestão petista e divulgava amplamente a figura de Márcio – à época, Leonel Damo (hoje no PMDB) foi declarado prefeito após 11 meses de embate judicial.