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Por que temos piolho?

Há espécie do parasita que se esconde entre os fios de cabelo e os pelos apenas dos humanos

Por Caroline Ropero
26/01/2014 | 07:00
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O piolho é parasita (precisa habitar outro ser para sobreviver) que ingere sangue e se esconde entre pelos e fios de cabelo. A espécie Pediculus capitis usa o homem como hospedeiro. Gosta de ficar atrás da orelha e na nuca, região em que há mais vasos sanguíneos.

Ao picar, injeta líquido que funciona como anestesia e anticoagulante, fazendo com que o sangue não estanque e, assim, continue saindo. Isso provoca muita coceira, que pode causar lesões e infecções.

Mede de 2 milímetros a 3 milímetros. Tem seis patas com pequenas garras para andar com facilidade pelos fios. Suga sangue de quatro a seis vezes por dia. É marrom avermelhado na fase adulta e cinza quando é ninfa (filhote). Vive cerca de 30 dias no hospedeiro e só 24 horas fora dele. Diferentemente do que se pensa, não consegue pular como a pulga.

A fêmea bota até 150 lêndeas (ovos) ao longo da vida. A cada dia, deposita de três a quatro delas perto do couro cabeludo. O filhote demora aproximadamente dez dias para nascer e entre seis e dez dias para tornar-se adulto.

Retirar as lêndeas da cabeça costuma ser tarefa difícil. É que a fêmea produz tipo de cola composta por substância semelhante à proteína do cabelo. Por ser resistente, a casca do ovo pode permanecer durante meses fixada no fio.

Existem mais de 3.000 espécies de piolhos. Os que se alimentam de sangue de animais não podem ser transmitidos ao homem e vice-versa. Cada um se liga ao seu hospedeiro e não consegue se adaptar a outro diferente. O inseto é muito antigo. Segundo estudos, surgiu há 700 mil anos.

 

Saiba mais

Quando a Família Real Portuguesa chegou ao Brasil, em 1808, as mulheres tinham raspado os cabelos porque o navio estava cheio de piolhos. Para disfarçar a careca, usavam turbantes.

 

É comum pegar na infância

Todo mundo pode ter piolho, mas ele aparece principalmente na cabeça de quem está em idade escolar. O parasita não é favorecido pela falta de higiene; prefere cabelos limpos.

A forma mais comum de pegar piolho é entrar em contato direto com quem já o tem. Por isso, recomenda-se que as meninas prendam as madeixas compridas ao brincar. O inseto também pode ser passado de uma pessoa a outra ao compartilhar fronha, lençol, toalha, pentes, presilhas e bonés.

Não precisa sentir vergonha se tiver piolho. Quanto antes iniciar o tratamento, mais cedo se livrará dele. A dica é pedir para um adulto examinar sua cabeça sempre que surgir coceira intensa. O pente-fino pode ajudar a encontrar o parasita com mais facilidade. Para matá-lo, tem de aplicar xampu especial indicado pelo médico. Não use remédios por conta própria.

 

Juliana Manescul, 8 anos, de Santo André, pegou piolho no ano passado. “Sentia muita coceira, mas coloquei remédio e eles morreram.” A garota acredita que o inseto foi parar na sua cabeça depois que ela abraçou alguém com piolho na escola. Para não passar aos colegas, Juliana contou o que tinha acontecido e pediu para que todos examinassem o próprio cabelo.

 

Consultoria de Paulo Eduardo Martins Ribolla, professor de Parasitologia da Unesp-Botucatu.




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