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Conselheiros reclamam que PPA de Mauá foi imposto

Líderes de bairros dizem que não tiveram direito de opinar sobre as diretrizes das finanças

Bruno Coelho
Do Diário do Grande ABC
20/08/2013 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Representantes de bairros eleitos em plenárias populares para a elaboração do projeto do PPA (Plano Plurianual) reclamaram que a peça foi imposta pela administração do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT).

Segundo integrantes da comissão, o projeto, apresentado à Câmara na quinta-feira, não passou por discussão interna do conselho e é expansão do programa de governo apresentado pelo petista durante a eleição.

Donisete promoveu 14 plenárias do PPA Participativo, realizadas em cada região do município. O petista adotou uma ferramenta corriqueira em administrações petistas, a exemplo de São Bernardo (com Luiz Marinho) e Santo André (Carlos Grana), sempre pregando a participação popular nas decisões do governo municipal.

Em cada reunião, foi eleito um representante de cada comunidade para discutir e acompanhar a implantação de diretrizes ao projeto que será votado no Legislativo até 15 de setembro. Ao todo, o grupo é formado por 28 componentes, sendo 14 líderes comunitários e a outra metade composta por integrantes do Paço.

Os conselheiros tomaram posse para comissão no dia 5, mas em menos de duas semanas o Paço apresentou o projeto do PPA à Câmara. “Não tivemos tempo para opinar na formação do projeto. (A peça) Já estava pronta. Tudo é o plano de governo dele”, afirmou João Lopes, representante da região do Jardim Oratório.

Para Gerson Moura, integrante do Jardim Feital, a experiência inicial no conselho foi decepcionante, uma vez que esperava ter participação na elaboração da matéria. “A partir do momento que não há livre arbítrio, você passa a ser eleito para dizer apenas se concorda. Infelizmente, a população não tem voz”, atestou.

Mesmo com o projeto do PPA entregue aos 23 vereadores, o conselho será mantido para outras ações promovidas pela Prefeitura. Em março de 2014, a administração petista retoma o OP (Orçamento Participativo) para implementar demandas da população à planilha financeira do ano seguinte.

OUTRA VERSÃO

Um dos formadores do PPA Participativo de Mauá, o secretário de Relações Institucionais, Rômulo Fernandes (PT), disse que a finalidade do grupo é de acompanhamento da execução das solicitações levantadas nas 14 plenárias ao longo do quadriênio. “As propostas foram feitas nas plenárias. Essa comissão tem a missão de acompanhar e fiscalizar. São 156 propostas diretrizes (englobadas no projeto). Estamos considerando que os debates foram as próprias plenárias.”

Rômulo admitiu, porém, que o governo teve de agir rápido na formação da propositura, pois a peça tinha de ser votada até o dia 15, segundo regimento da Câmara. “Talvez eles não tiveram tempo que gostariam de ter, assim como nós”, justificou.




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