Setecidades Titulo Saúde mental
Mauá abre primeira residência terapêutica

Objetivo é reintegrar pacientes que estavam internados em hospitais psiquiátricos

Por Thaís Moraes
Do Diário do Grande ABC
16/08/2013 | 07:00
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André Henriques/DGABC


A Prefeitura de Mauá inaugurou ontem sua primeira residência terapêutica, localizada no Centro. Cinco pacientes, originários da cidade, deixaram o hospital psiquiátrico Lacan, em São Bernardo, e desde segunda-feira moram no local. Após liberação do juiz, mais três pessoas devem ser encaminhadas para o novo endereço, onde terão a oportunidade de ser reinseridas na sociedade.

A residência terapêutica é um projeto do Ministério da Saúde criado no início de 2000 voltado a pessoas que passaram longos períodos internadas em hospitais psiquiátricos.

Para o prefeito Donisete Braga (PT), o projeto é uma questão de dignidade. “Sabemos como era a área da Saúde mental no País algumas décadas atrás. Tínhamos clínicas que eram espaço de internação e ao mesmo tempo de violência. Nosso objetivo é fazer integração para que, aos poucos, os moradores voltem a ter uma referência de vida.”

Para custeio mensal, o governo federal fará repasse de R$ 20 mil e a Prefeitura deverá arcar com o resto da despesa, que gira em torno dos R$ 23 mil. De acordo com a secretária de Saúde da cidade, Lumena Furtado, a próxima residência terapêutica será aberta no ano que vem. “Faremos levantamento no interior do Estado para saber em quais hospitais psiquiátricos há pessoas de Mauá. A estimativa é que existam de oito a dez pacientes internados fora da cidade, por isso acredito que mais uma casa será suficiente.”

Atualmente, nenhum dos moradores tem contato com a família, mas, aos poucos, os parentes serão contatados para, quem sabe, o vínculo ser restabelecido. Todo o tratamento deles será feito no CAPs (Centro de Atenção Psicossocial), com um projeto terapêutico elaborado de acordo com a necessidade de cada um. O trajeto até o espaço poderá ser feito a pé, como maneira de reintegração no ambiente em que vivem.

A psicóloga e coordenadora da residência, Roseli Sterechuc, explica que as atividades serão inseridas por nove cuidadores, que se revezarão. Primeiramente os pacientes serão instruídos a cuidar da casa, higiene e pertences, além de também ajudarem no preparo das refeições. Depois, poderão sair às ruas e, posteriormente, praticar atividades de lazer, como cinema e jogo de futebol. “O trabalho é feito aos poucos porque eles perderam a referência do dia a dia, mas isso é uma situação que poder ser revertida estando em ambiente saudável.”

REPÚBLICA

A secretária de Saúde revelou que duas repúblicas terapêuticas serão entregues ainda neste ano. “O projeto é voltado para pessoas que estão em uso abusivo de álcool e outras drogas que estão em tratamento no CAPs AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas).

Uma das unidades será infantojuvenil e a outra para adultos. Ao contrário da residência terapêutica, onde os pacientes podem residir em prazo indefinido, na república os pacientes poderão ficar de quatro a seis meses, enquanto passam por tratamento e restabelecem o vínculos familiares. 




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