Os casos autóctones de dengue – contraídos na prórpia cidade – aumentaram quase cinco vezes no primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2012. No total, 216 moradores da região foram diagnosticados com a doença. Já nos primeiros seis meses do ano passado, foram contabilizadas 45 confirmações.

O maior aumento observado foi em São Bernardo. Se no primeiro semestre de 2012 foram 11 pacientes infectados pelo mosquito Aedes aegypti, de janeiro a junho as ocorrências subiram para 88.

“Há ampliação no número de casos em todo o Brasil (veja ao lado). Consideramos esse crescimento como sazonal, já que ocorre a cada três ou quatro anos. Então, se compararmos com a população de São Bernardo – cerca de 700 mil habitantes –, esse número registrado é quase irrelevante perto de outras regiões do País. Como há grande movimentação de pessoas dentro do município, aumenta a possibilidade de gente que vem de outras cidades com dengue circularem por aqui. Isso acaba facilitando a transmissão para outros moradores”, justificou o diretor do departamento de proteção à Saúde e vigilância do município, Antônio Stivalli.

Segundo o representante da Prefeitura, as variações climáticas neste ano também colaboraram para o aumento de casos. “Teve bastante chuva em algumas épocas em que esse fenômeno não é comum. A alternancia entre calor e frio também facilita a reprodução do mosquito.”

São Caetano também teve alta no número de casos: 42 em 2013, contra nenhum caso confirmado no ano passado. Em Diadema, a situação também se agravou e 51 munícipes foram diagnosticados com a doença nos primeiros seis meses, já em 2012, 16 pacientes foram confirmados com o vírus. Na cidade de Santo André, o aumento também foi expressivo, passando de 18 para 35 casos.

Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não registraram ocorrência durante o período citado tanto em 2012 quanto em 2013.

No início do ano, Santo André, São Bernardo, São Caetano e Mauá se uniram para fazer mutirões de controle e prevenção da dengue. A iniciativa foi criada para identificar possíveis focos do mosquito e eliminá-los, além de orientar moradores e comerciantes das regiões visitadas por agentes de Saúde.

PREVENÇÃO

A prevenção deve contar com a participação de toda a sociedade para interromper o ciclo de transmissão e contaminação. O principal cuidado é não deixar água parada acumular em lugar algum.

Em três meses, aumento de infectados no Brasil foi de 279%

Não foi só na região que os casos aumentaram. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de notificações de suspeita da doença no Brasil aumentou em 279% entre 1º de janeiro a 23 de março deste ano, em comparação ao mesmo período de 2012.

A dengue é considerada um dos principais problemas de Saúde pública do mundo. A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que entre 50 milhões a 100 milhões de pessoas sejam infectadas anualmente, em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da infecção.

A grande preocupação dos órgãos de Saúde pública é o fato de o mosquito conseguir se reproduzir em qualquer recipiente com água, tanto em áreas com sombra quanto ensolaradas.