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É, mas não é

Surpreenda-se: apesar do título, esta coluna não tem nada a ver com o senador Aloizio Mercadante. O tema é outro

Por Carlos Brickmann
26/08/2009 | 00:00
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Surpreenda-se: apesar do título, esta coluna não tem nada a ver com o senador Aloizio Mercadante. O tema é outro: amanhã, o STF (Supremo Tribunal Federal) deve julgar o ex-ministro Antonio Palocci, um dos principais quadros do PT, acusado de mandar violar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Há muitas especulações sobre seu futuro, caso seja absolvido: desde a candidatura à Presidência da República, se Dilma não se firmar, até a candidatura ao governo paulista.
Mas, mesmo que seja absolvido por unanimidade, a lógica política indica outros caminhos para Palocci. Na campanha presidencial, o assunto da violação do sigilo, ainda muito recente, continuará sendo trazido aos palanques; e outros processos pendentes, ainda dos tempos em que foi prefeito de Ribeirão Preto, SP (cargo que deixou no final de 2002), continuam a incomodá-lo. Na campanha paulista, ocorrerão os mesmos fatos; e em São Paulo, onde um petista jamais venceu uma disputa para o governo, a eleição seria ainda mais difícil.
O caminho mais provável para Palocci, caso absolvido, é disputar um mandato legislativo: deputado federal (teria grande votação e ajudaria a eleger uma boa bancada) ou senador (mais difícil: para as duas vagas em disputa, há nomes como Guilherme Afif e Orestes Quércia, com apoio do governo do Estado, e Aloizio Mercadante, pelo PT. E há o senador Romeu Tuma, do PTB, que talvez prefira desta vez disputar a Câmara, mas que ainda não disse nada).
Palocci só disputaria o Executivo em último caso. E não é o caso.

EMOÇÃO E NADA MAIS
O filme Lula - o filho do Brasil, dirigido por Fábio Barreto, com base no livro de Denise Paraná, está pronto. Um grupo de petistas históricos aninhados no governo federal já assistiu a uma pré-estreia, em Brasília, promovida pelo pai do diretor, o produtor Luiz Carlos Barreto. Emocionaram-se, muitos choraram. Mas o filme ainda não vai ao ar: fica na gaveta para estrear daqui a mais de quatro meses, em 1º de janeiro de 2010. Por coincidência, ano eleitoral.

AS PREVISÕES DO PAI FH
A versão governista do encontro entre Lina Vieira, a ex-secretária da Receita, e a ministra e candidata Dilma Rousseff envolve o marido de Lina. Expliquemos: entre 1999 e 2000, o marido de Lina foi ministro da Indústria e Comércio do governo Fernando Henrique (que, na versão oficial, é chamado de "FHC" ou "o sociólogo"). Esta seria a motivação de Lina para torpedear Dilma.
Ou seja, há nove anos, Fernando Henrique previa que a esposa de Alexandre Firmino de Melo Filho e mãe do comediante Mução ocuparia, em algum momento, algum cargo importante no governo Lula. Nomeou-o, então, para que sua esposa mais tarde retribuísse. Não é que deu certo? Dois anos depois, Lula se elegeu; passados nove anos, pôs Lina na Receita - ele não sabia, e a Abin não lhe contou, que o marido, oh! - tinha sido ministro de FHC. Ela, cumprindo o roteiro, retribuiu torpedeando Dilma. Que capacidade de previsão, a do sociólogo!

A VIDA IMITA A ARTE
Seria demais esperar que a tese petista da previsão do futuro por Fernando Henrique tivesse sido colhida em algum livro. Mas o livro existe: é o Fundação, de Isaac Asimov. Nele, um psico-historiador e líder político, Hari Seldon, prevendo a queda do Império Galáctico, cria a Fundação Enciclopédia para reunir o conhecimento humano. E, periodicamente, gravações suas (antigas, mas versando sobre aquele momento específico) eram estudadas. É uma novela publicada em série de 1942 a 1953, na revista Astounding Stories. A propósito, o ditador da Galáxia, o líder das massas, era conhecido como O Mulo.

OS INIMIGOS DOS ANIMAIS
Atenção: tramita na Câmara o Projeto de Lei 4.598, de 1998, que muda a Lei de Crimes Ambientais, permitindo maus-tratos a animais "domésticos ou domesticados". O objetivo é evitar prejuízos a rodeios e vaquejadas, onde touros e bois são maltratados. Mas vai legalizar a Farra do Boi, por exemplo. E as rinhas de briga de galos, de cães, de gatos. O projeto bárbaro, de autoria do alagoano José Thomaz Nonô, recebeu relatório favorável do paulista Régis de Oliveira.




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