Economia Titulo
Feriado traz tranqüilidade ao mercado cambial
Por Do Diário do Grande ABC
01/11/1999 | 10:13
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A expectativa de operadores é de que, nesta segunda-feira, o ritmo dos negócios em todos os segmentos do mercado seja arrastado. Até pela baixa liquidez - e esvaziamento do comando operacional das instituiçoes - a perspectiva é de bom comportamento da taxa de câmbio, que escorregou abaixo de R$ 1,65 na sexta-feira. A taxa de câmbio recuou mais sob pressao do Banco Central que teria entrado no mercado pedindo "spreads" (preços de compra e venda) aos "dealers".

Além deste efeito demonstraçao (de autoridade), o mercado de câmbio arrefeceu a partir das medidas anunciadas pelo BC na véspera do final de semana prolongado pelo feriado, com destaque para a liberaçao das posiçoes "vendidas" em dólar e aumento da capacidade de intervençao da autoridade monetária nos negócios - resultado da reduçao do piso das reservas líquidas internacionais em US$ 2 bilhoes, negociada e sancionada pelo FMI. Outubro fechou, portanto, com correçao cambial de 0,62% e, para novembro, a projeçao no mercado futuro da BM&F é de variaçao semelhante.

Juros - Na cola do câmbio, o juro projetado também na BM&F para novembro (contrato de DI com vencimento em dezembro) recuou a 19,03%, mas, neste caso, a expectativa é de reduçoes mais rápidas nos próximos dias, dada a proximidade da reuniao do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para o dia 10.

Nesta reuniao, acreditam operadores, o governo promoverá mais um corte da taxa Over/Selic (hoje com meta de 19% e viés de baixa), confirmando a trajetória explícita do custo do dinheiro nas operaçoes a vista no mercado aberto. Nos últimos dois dias, a taxa Over acomodou-se em torno de 18,8% ou 0,20 ponto porcentual abaixo da meta Over/Selic definida na última reuniao do Copom.

Apesar da queda progressiva do juro primário, em dez meses do ano (janeiro a outubro) o juro nominal acumulado ainda é bem alto, de 21,96%. Em termos reais, porém, o Brasil tem taxa de juro para todo gosto.

A diferença está no deflator usado. Considerando a correçao cambial acumulada no mesmo período, o juro real é negativo em 24,40%; descontando do juro nominal a variaçao do IGP-M de janeiro a outubro (15,21%), o juro real anualizado é de 7% - historicamente baixo; descontando do juro nominal a variaçao acumulada do IPC-Fipe (estimada em 6,5% em dez meses), o juro real aproxima-se de 17,7% em base anualizada.




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