O boa vida Carlito, filho do ditador Carlos Camacho, de Humberto Martins, é exibicionista e o único que faz o pai de gato e sapato, já que sempre leva vantagem com o mulherio. Para entrar em cena, o ator alonga o topete e abusa do visual roqueiro rebelde dos anos 50. Mas Iran diz que não precisou se aprofundar na pesquisa de época para compor o personagem. “Embora ele tenha esse lado James Dean, o Carlito vive numa ilha tropical. Tive mais cuidado em criar um jeito de falar e de andar para ele. E, principalmente, seguir direitinho o texto do autor”, afirma, com um forte sotaque mineiro-capixaba, de quem nasceu em Belo Horizonte (MG) e cresceu em Vitória (ES).
Aos 21 anos, Malfitano não pensa em seguir outra carreira que não a de ator. Mas em vários momentos cogitou desistir da profissão e retornar para a capital do Espírito Santo, onde até hoje mora sua família. Foi na cidade que, há cinco anos, ele fez um curso de interpretação com o diretor da Oficina de Atores da Globo, Tônio Carvalho, e tomou gosto pelo ofício. Até então, pensava em seguir o exemplo do pai e prestar vestibular para Medicina. Mas o convite para participar da oficina da Globo veio antes. “Aos 16 anos, mudei de mala e cuia para o Rio, aluguei um quarto e me matriculei numa escola, enquanto tentava a carreira de ator. Nem sei como meus pais me deixaram entrar nessa aventura”, diz o galã, que atualmente divide um apartamento no Rio com a irmã mais velha.
Malfitano foi reprovado em dezenas de testes na Globo. A cada não, telefonava para a família. “Eu chorava de um lado e minha mãe do outro”, diz, agora aos risos. A primeira oportunidade na telinha só veio um ano depois de o ator se instalar no Rio. Foi uma ponta em Malhação, como o cleptomaníaco Kadu, no final da fase academia da novelinha, em 1999. Daí não demorou muito para surgir um novo convite. Em Laços de Família, encarnou Pedro, o personagem de José Mayer quando jovem. Com recém-completos 18 anos, ele deu sorte de não ser cortado da trama quando uma liminar do Juizado da Infância e Adolescência proibiu a participação de menores na novela. “Isso trouxe até mais repercussão para a história e as pessoas começaram a me parar nas ruas”.
Apesar disso, os meses seguintes à novela foram angustiantes para Malfitano. Ele voltou a fazer uma série de testes, sem sucesso. Decidiu então retornar para Vitória. Na última semana no Rio, porém, recebeu o telefonema de uma produtora da Globo que o chamou para uma conversa com Ricardo Waddington. “Fui na pilha de saber o que um diretor queria comigo. Quando cheguei, ele disse: ‘Olha aí o Gui, nosso novo protagonista’. Quase caí duro!”.
Foram dois anos na pele do boa-praça Gui, que vivia um conflituoso namoro com a correta Nanda, de Rafaela Mandelli. O par romântico deu tão certo que foi recriado por Lombardi, em Kubanacan. Carlito se envolve com a bonita e burra Consuelo, de Fernanda de Freitas, sem imaginar que, na verdade, está mesmo apaixonado pela tímida e inteligente Soledad, de Rafaela. “É bom contracenar com uma amiga com quem eu já tenho intimidade. Por outro lado, é muito mais difícil porque precisamos fazer tudo bem diferente do Gui e da Nanda”.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.