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Filippi deixou dívidas de campanha
Por Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
29/06/2006 | 08:25
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O futuro tesoureiro da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva – o prefeito de Diadema, José de Filippi Júnior (PT) – terminou sua última campanha à Prefeitura, em 2004, ‘no vermelho’. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o petista gastou mais do que arrecadou no período eleitoral. Enquanto que as receitas totalizaram R$ 1.360.207,41, as despesas atingiram R$ 1.495.207,41, ou seja, um saldo devedor de R$ 135 mil. O valor refere-se a dois showmícios feitos pelo cantor Leonardo e pela dupla Zezé Di Camargo e Luciano. Mas, apesar de já se passarem quase dois anos, a dívida ainda não foi quitada.

Mesmo assim, Filippi não terá problemas legais com o débito, já que até a campanha passada a responsabilidade pelas contas era apenas do tesoureiro. A minirreforma eleitoral – aprovada em março pelo Congresso – mudou essa regra e incluiu, a partir da eleição de outubro, o candidato como co-responsável pelas finanças.

“À época, a Executiva Nacional do PT ofereceu os artistas e ficou de pagar, mas não cumpriu a promessa. Nós não faríamos os shows naquele momento”, explica o deputado estadual Mário Reali (PT), que coordenou a campanha de Filippi. A intenção, segundo ele, é de quitar o débito com os credores até o final do ano. “Nós temos algumas promessas de empresários, que fariam doações, mas até agora não recebemos nada”, lamenta.

A dívida, na opinião de Reali, não prejudicará a imagem do futuro responsável pela contas de Lula. “A responsabilidade não é do candidato. Esse problema é meu e do tesoureiro. Ele tinha de se preocupar com a campanha.” Mas o tesoureiro da campanha de Filippi – o atual presidente do Ipred (Instituto de Previdência de Diadema), Mariano Palma Vilalta – pensa diferente. Para ele, quem tem de quitar a dívida é o diretório municipal da legenda. “O partido assumiu essa conta”, afirma.

Sobre a função de tesoureiro, Vilalta considera uma missão ingrata e de alta responsabilidade. “É muito cansativo e é preciso ficar muito atento com as contas, porque um deslize qualquer pode dar um problema tremendo. Mas Filippi é muito cuidadoso, extremamente centrado e às vezes chegava até a ser chato. A escolha não poderia ter sido melhor”, avalia. Vilalta também foi o tesoureiro das duas campanhas vitoriosas do petista à Prefeitura: em 1992 e em 2000.

Filippi foi o candidato que mais gastou entre os postulantes à Prefeitura de Diadema na última eleição. A diferença em relação ao segundo colocado na campanha, o ex-prefeito – e ex-petista – José Augusto da Silva Ramos (PSDB), é de quase três vezes. O tucano teve uma despesa de R$ 560.499,41. Na terceira posição ficou o também ex-prefeito – e ex-petista – Gilson Menezes (na época pelo PL e atualmente no PCdoB), que gastou em 2004 R$ 31.886,51.



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