O coordenador tributário Fernando José de Lima, 34, morador do bairro Centreville, em Santo André, levou um susto ao receber a conta de água do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental) referente ao mês de maio. O valor cobrado pelo fornecimento é de R$ 724,01. Ele mora na Rua Treze com a mulher e três filhos pequenos, sendo um com necessidades especiais.
O consumo proporcional ao valor cobrado é de 70 metros cúbicos. A família nega ter sido responsável pela utilização dessa quantidade de água no tempo referido.
Até o fim do ano passado, os boletos mensais dificilmente ultrapassavam R$ 60. Porém, desde janeiro, quando a fatura chegou a R$ 313,61, as cobranças oscilam. Desde então, nenhuma conta ficou abaixo de R$ 100. Em março, a surpresa foi ainda maior: R$ 348,99. Indignado, o morador registrou queixa no Procon e abriu diversos protocolos de reclamação na autarquia municipal.
Mesmo sem ter recebido resposta dos órgãos, a família ainda tem esperança de que seja feito ressarcimento das demais cobranças pagas com alto valor. Segundo Lima, os fiscais do Semasa são confusos e imprecisos. De todos que já visitaram a residência, apenas um apontou defeito no hidrômetro. Os outros sequer admitiram que o aparelho poderia apresentar problema.
Fernando reivindica que a peça seja trocada sem custo, "Já paguei pelo serviço e não pagarei de novo. Além disso, não sei como vou quitar a conta de maio. Nem minha despesa mensal é desse valor. A quantidade medida equivaleria ao consumo de 30 pessoas num período de um mês", estima.
Por causa da burocracia e das dificuldades financeiras, reivindicar os direitos na Justiça está fora de cogitação. "Os honorários advocatícios superam todos esses valores. Essas contas representam a queda de qualidade de vida da minha família, principalmente de nossos filhos."
Fernando afirmou que voltará hoje ao Semasa para registrar nova reclamação. Procurada, a autarquia andreense apenas informou que técnicos farão a verificação do problema na residência.
SANED - No início do ano, moradores de Diadema sofreram com alta de até 1.069% nas contas de água. O problema teve início após a troca de 70 mil hidrômetros feitas pela Saned (Companhia de Saneamento de Diadema). A diretora-presidente da autarquia, Neuceli Bonafé Boccatto, foi pressionada pela Câmara dos Vereadores a dar explicações sobre as altas cobranças. O ato foi marcado para o dia 20.
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