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BNDES vai lançar fundo garantidor
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/08/2009 | 07:00
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O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) vai disponibilizar na próxima semana o FGI (Fundo Garantidor para Investimentos), instrumento para minimizar o risco para os agentes financeiros (os bancos) operarem com linhas de financiamento para micro, pequenas e médias empresas.

"Na medida em que o risco é mitigado, o spread (diferença entre os juros pagos pelos bancos na captação de recursos e a taxa aplicada por eles nos empréstimos que concedem) terá de cair", afirmou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, durante o debate O ABC do Desenvolvimento e do Crédito, realizado no Teatro Cacilda Becker, ontem em São Bernardo.

No evento, encabeçado pelo GT (Grupo de Trabalho) de Crédito do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, foram apresentadas propostas endereçadas por essa entidade ao banco do governo para melhorar as condições de financiamento para fortalecer a economia dos sete municípios.

Uma das reivindicações era que houvesse um sistema de metas para que os agentes financeiros ficassem mais dispostos a operar as linhas da instituição. Coutinho explicou que já existem metas de atendimento a pequenas empresas. "O fundo garantidor pode ser um incentivo poderoso", destacou. Isso porque, por esse mecanismo, o risco deixa de ser só dos bancos. "Uma vez que o financiamento não é pago, será honrado pelo fundo imediatamente", esclareceu.

O FGI terá capital inicial de R$ 700 milhões e a meta é de que ajude a gerar incremento de R$ 8 bilhões em empréstimos para micro e pequenos empresários, "no curto prazo".

Ainda segundo o presidente da instituição do governo, a intenção é que, em uma segunda etapa, o instrumento compre cotas de fundos garantidores de crédito locais, a serem criados em articulação com entidades e empresas de uma região.

EXPECTATIVA - A ideia do FGI agradou representantes do empresariado, que veem dificuldades de acesso das pequenas companhias ao financiamento do BNDES via agentes financeiros.

O diretor executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Fausto Cestari Filho, que também é vice-presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), afirmou que a medida é positiva, sobretudo pela perspectiva de a região organizar uma "sociedade garantidora". "Até agora o sistema financeira não repassava (essas linhas) por causa do risco, vamos ver se depois disso vão continuar dando preferência a seus próprios créditos", citou, em relação à iniciativa.




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