A Tradição de Ouro e a Lírios de Ouro foram os destaques no primeiro dia de desfile do grupo 2 de Santo André. Ambas levantaram o público da arquibancada na avenida Firestone, por onde passaram dez mil pessoas no sábado à noite. As duas agremiações devem disputar o primeiro lugar, que dão acesso ao grupo 1 no próximo ano. O grupo de elite se apresentou domingo à noite.

A Tradição de Ouro, sexta a pisar na passarela do samba, foi a que mais animou o público. Destaque para a fantasia e desenvoltura do mestre-sala Robson Santos, 25 anos, e da porta-bandeira Denise da Silva Inês, 30 anos. O casal representava a Mata Atlântica. Cada um com uma década de experiência em diversas escolas, eles mostraram profissionalismo, simpatia e sincronia nos passos.

Ao fim do desfile, o presidente Luis Roberto Brito Gomes estava cauteloso. “No ano passado estávamos confiantes e não ganhamos. Neste ano, corrigimos vários erros e saiu tudo certinho.”

A Lírios de Ouro, penúltima escola a se apresentar, se destacou pela beleza das fantasias. O samba-enredo homenageou Ilhabela e caprichou no carro alegórico que tinha como tema Netuno. Uma passista, sentindo-se desconfortável com as sandálias, arrancou o calçado ainda na passarela, antes de passar pela comissão julgadora. A escola integrou o grupo 1 por sete anos, mas há dois está na divisão de acesso à elite.

A Mocidade Independente Cidade São Jorge pisou na avenida de madrugada, às 2h40, e, mesmo assim, empolgou com passos de frevo e quadrilha de São João. A falha foi a queda de penas das roupas de alguns membros.

A Oásis da Vila, quarta da noite, mostrou sincronia nos passos ao contar a história do circo. Em cima dos carros alegóricos, palhaços e até macacos, que deixavam o carro para desfilar pela avenida. A escola saiu um pouco antes de completar os 60 minutos. “Dentro daquilo que nos propusemos a fazer, acredito que nos saímos bem”, afirmou a vice-presidente Fátima Dopp Ramos.

A Acadêmicos do Centre Ville, quinta a entrar na avenida, falhou por não colocar o nome da escola no carro abre-alas. O tema abstrato do samba-enredo – a influência dos astros na vida do ser humano – não prejudicou o desfile. As belas fantasias demonstravam as fases da lua e dos signos. A última ala foi reservada para comemorar os dez anos da escola.

Pleiteante – A pleiteante Império do Parque Novo Oratório, em seu quarto ano de desfile, mostrou que tem condições de subir para o grupo 2. Com os dois carros alegóricos mais altos do dia, de 5,5 metros cada um, a escola escolheu como tema o criador do mundo e a devastação da natureza. Destaque para as fantasias e coreografia da comissão de frente que representavam as trevas.

Das oito escolas que se apresentaram na noite do sábado e madrugada de domingo, somente a primeira, a aspirante União do Morro, atrasou, pouco mais de meia hora. “No ano passado, não saímos porque fui ameaçada de morte. Desta vez não foi como eu queria, mas ano que vem garanto que vai ser melhor”, disse a presidente Vanda Maria da Silva. A Pantera Negra, segunda aspirante a entrar na passarela, mostrou mais experiência e organização para falar das belezas da Bahia.

As aspirantes têm que atingir 180 pontos por dois anos para passarem à categoria de pleiteante. Esta, por sua vez, também tem que atingir a pontuação mínima de 180 pontos, mas já conta com subvenção da Prefeitura.

Segundo o coordenador da operação da Polícia Militar no local, Temístocles Telmo Ferreira Araújo, não houve registro de ocorrências graves. A segurança foi feita por 140 policiais militares e 87 homens da Guarda Civil. Duas pessoas foram levadas de ambulância para o pronto-atendimento central por excesso de consumo de álcool.

Quarta-feira, 15h

Local: Ginásio Pedro Dell’Antonia

Rua São Pedro, 27, Vila Pires