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Juninho fica no Corinthians; Rivellino entra na 'fritura'
Por Do Diário OnLine
11/02/2004 | 00:05
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O técnico Juninho Fonseca ganhou uma companhia na 'fritura' que virou o Corinthians: trata-se do diretor Roberto Rivellino, que passou de principal aliado a maior crítico do treinador. A queda-de-braço entre eles terminou com dois derrotados, pois ambos receberam advertências do alto escalão corintiano por causa do novo 'escândalo' que toma conta do Parque São Jorge. Apesar de Juninho e Rivellino seguirem empregados, a demissão deles pode chegar no próximo domingo. Uma derrota no clássico contra o São Paulo, pelo Paulistão, será decisiva para a degola de ambos.

O clima no Corinthians é bastante tenso, especialmente nos bastidores. Numa demonstração de força, Rivellino procurou a imprensa nesta manhã e fez questão de manter as críticas a Juninho. Dizendo-se insatisfeito com o desempenho da equipe, o diretor fez valer sua posição de 'patrão'. "Tenho o direito de cobrar. Já fiz isso na semana passada, numa reunião fechada que tive com o Juninho, e posso fazer sempre. Agora, eu nunca disse que iria demiti-lo. O Juninho não tem prazo."

Rivellino lembrou que deu apoio a Juninho Fonseca no começo, mas ressaltou que o técnico vai precisar de resultados para segurar o emprego. "Eu mantive ele no cargo. O Juninho é uma pessoa fantástica, competente dentro de campo. Mas não está agradando. Eu não estou gostando do time, assim como as pessoas que fazem parte da diretoria", avisou. "Treinador vive de resultado. Todos estão sujeitos a isso. Pode ser ele, pode ser o Leão, o Luxemburgo. Isso faz parte da cultura do futebol."

Mas não é só a situação do Corinthians dentro de campo que desagrada Rivellino. O diretor não gostou das reprimendas – até então indiretas - que recebeu por ser 'muito sincero' nas críticas ao time. Em mais uma tentativa de mostrar força e prestígio, Rivellino peitou o restante do primeiro escalão e admitiu que pode sair do clube se tiver seu poder contestado.

"Me deram carta branca para trabalhar. Não sou moleque de recado. Se não tivesse carta branca não iria perder meu tempo no Corinthians", desabafou. "O presidente Alberto Dualib manda aqui, mas, se tomarmos decisões em conjunto, a minha palavra tem um peso maior, pois eu estou aqui no dia-a-dia. Posso sair se não gostar de uma situação."

A nova rajada verbal de Rivellino levou a alta cúpula corintiana a antecipar uma reprimenda que estava pronta desde domingo, após a derrota para a Lusa, quando o diretor pregou abertamente a demissão de Juninho Fonseca e detonou a crise. No fim da tarde, o presidente Dualib e os vice-presidentes Antônio Roque Citadini e Andrés Sanchez se reuniram para avaliar o trabalho que vem sendo feito pelo departamento de futebol – incluindo Rivellino e Juninho. Sobrou bronca para ambos.

Os três chefões recomendaram a Rivellino 'cuidado' com as declarações. A Juninho, a alta cúpula decidiu cobrar a definição de um 'padrão' para a equipe. Para Juninho e Rivellino, uma certeza: um resultado adverso no clássico deve resultar em demissão.

Depois da reunião, Citadini disse aos repórteres que a bronca geral de Rivellino tinha "aspectos bons e aspectos ruins". O diretor, por sua vez, não mostrou a mesma desenvoltura da manhã e foi embora do clube sem conversar com a imprensa.

No campo - Confirmado no cargo, pelo menos por enquanto, Juninho comandou normalmente o treino com os jogadores que tinha à disposição. A principal preocupação do técnico foi a defesa. Enquanto os atacantes treinavam finalizações, separadamente, os zagueiros, laterais e volantes trabalhavam posicionamento.

Antes de os jogadores entrarem em campo, mais explicações. O goleiro Fábio Costa, o lateral Rogério e o volante Rincón reuniram o elenco para pedir mais empenho dentro de campo. "Se cada um der 10% a mais, vai haver uma melhora significativa no rendimento da equipe", sentenciou Fábio Costa. Juninho também pediu comprometimento e ressaltou para todos que o clássico de domingo será fundamental.

Perguntado sobre o turbilhão que enfrenta no comando do Corinthians, Juninho descartou a hipótese de pedir demissão. "Isso não tem nada a ver. Tenho um trabalho tratado. Acredito nas coisas com começo, meio e fim – como ocorre na vida das pessoas. E nós ainda estamos só no começo do nosso trabalho."




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