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Peça é bate-papo com Tônia Carrero
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
06/05/2004 | 18:29
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As histórias de Maria Antonieta Porto Carrero em quase 82 anos de vida e 55 de teatro. Tônia Carrero entra em cartaz nesta sexta no Teatro Aliança Francesa, em São Paulo, com o espetáculo solo Amigos Para Sempre. Luiz Arthur Nunes assina roteiro e direção. A atriz improvisa em alguns momentos: “Há coisas de que vou me lembrando na hora. Sempre mudo uma coisinha”.

Tônia fala sobre a vida e a carreira por meio de lembranças de amigos. “São pessoas que me influenciaram não para que eu me tornasse atriz, mas pela qualidade do pensamento”, afirma. Entre eles estão o poeta Carlos Drummond de Andrade e os escritores Clarice Lispector, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. “Conto as circunstâncias em que os conheci e o que disseram para mim.”

Em clima de bate-papo, como se o palco fosse uma sala de estar – “admito perguntas”, afirma –, a atriz aborda também “os três casamentos destruídos e alguns amores”. Tônia uniu-se aos diretores Fernando de Barros (quando tinha 17 anos), Adolfo Celi e Carlos Thiré. E retoma os problemas de quem se iniciava na vida artística: “Uma moça que se metia a ser atriz não era considerada séria, tinha de enfrentar a família”. Mas não houve momento em que pensasse em desistir. “A carreira não me decepcionou, só os maridos”, brinca.

Tônia revela a vontade de retornar à TV. “Não tenho mágoa, mas espero voltar a fazer agora que estou bem disposta. Quando fiz (a novela) Esplendor (2000) estava doentinha, não foi grande coisa”, diz. Para ela, a telinha é necessária para que o artista seja “popular”, para que ele chegue ao “coração do povo”. “Gosto de ser amada por uma quantidade maior de pessoas. Tenho uma carência de amor grande.”

A atriz estreou Amigos para Sempre há oito anos, por sugestão de um de seus melhores amigos, Paulo Autran, ao lado de quem ela debutou no tablado – em 1949, no Rio, com Um Deus Dormiu lá em Casa, de Guilherme Figueiredo. Premiados logo na primeira peça que fizeram, Tônia e Autran decolaram. Receberam convites para trabalhar em produções cinematográficas da Vera Cruz e em teatrais do TBC.

A Companhia Tônia-Celi-Autran – os três foram os primeiros astros a deixarem o TBC – surgiu em 1956, no Rio, com Otelo, de William Shakespeare, e perdurou por seis anos. O grupo montou também peças de Carlo Goldoni (A Viúva Astuciosa), Jean-Paul Sartre (Entre Quatro Paredes), Luigi Pirandello (Seis Personagens à Procura de um Autor), Osman Lins (Lisbela e o Prisioneiro).

Amigos para Sempre – Espetáculo solo. Roteiro e direção de Luiz Arthur Nunes. Com Tônia Carrero. Sextas, às 21h30, sábados, às 21h, e domingos, às 19h. No Teatro Aliança Francesa – r. General Jardim, 182, São Paulo. Tel.: R$ 40. Até dia 30.




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