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WhatsApp é usado por 84% dos pequenos comerciantes

Aplicativo favorece no oferecimento de produtos e torna o atendimento aos clientes mais rápido

Beatriz Mirelle
Especial para o Diário do Grande ABC
20/02/2022 | 07:00
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DGABC


Aproximadamente 84% dos proprietários de pequenos negócios optam pelo WhatsApp para vender e divulgar seus produtos. O aplicativo é a plataforma mais usada para empreender durante a pandemia, segundo levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) junto com a FGV (Fundação Getulio Vargas). Especialista em marketing afirma que quem não utiliza a ferramenta virtual perde a chance de aumentar o faturamento.

Regiane Balestra Vieira, doutora em administração de empresas e professora de gestão de marketing na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), comenta que na era da economia digital é indispensável manter uma relação direta com o consumidor. “A maior vantagem de utilizar canais tecnológicos é estabelecer uma relação mais rápida e personalizada com o cliente, mesmo com pouco investimento.”

Renata Dias, 37 anos, de Santo André, ficou desempregada durante a pandemia e viu na internet a oportunidade de empreender vendendo doces e entregando caixas de aniversário em domicílio. “As redes sociais são minhas ferramentas de trabalho. Deixo o link do meu WhatsApp Business no perfil do Instagram. Apenas com um clique, o cliente tem acesso a orçamentos, fotos e outros detalhes.”

Para ela, o segredo é manter a constância em ambos os canais. “Faço publicações diárias com imagens atrativas e atualizações sobre os produtos. O WhatsApp facilita muito a minha vida porque há a vantagem de deixar tudo registrado nos catálogos”, aponta.

A 13ª edição da pesquisa O Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios, de dezembro de 2021, feita pelo Sebrae e pela FGV, informa que as outras plataformas digitais mais utilizadas para vendas são Instagram (51%) e Facebook (42%).

SEGMENTOS AFETADOS

A crise e o isolamento físico derrubaram as vendas de diversos setores. O estudo indica que o faturamento para quem atua na chamada “economia criativa” foi o mais afetado, com 45%. Em seguida vêm os segmentos de beleza e turismo, ambos com 42%.

Thayse Furquim, 33, de Santo André, usa o WhatsApp há seis anos como ponto central de vendas de cosméticos e doces. A lista de transmissão, disponibilizada pelo aplicativo, é a ferramenta mais utilizada por ela para divulgar os materiais ao maior número de pessoas. “Nessa plataforma, minha rede de contatos cresce. Eu envio a eles imagens, descrição dos produtos e mensagens incentivando a compra”, explica.

O WhatsApp Business, voltado especialmente para negócios, é utilizado por 61% dos pequenos comerciantes. Mesmo assim, alguns ainda optam por misturar o trabalho ao número pessoal. “A correria do dia a dia me impediu de pesquisar mais sobre essa opção. Como eu sempre usei o tradicional, acabei me acostumando com ele mesmo”, comenta Thayse.

A especialista em marketing Regiane Balestra recomenda deixar de lado o número pessoal para empreender. “Não ter o Business é uma forma de perder a oportunidade de aumentar as vendas”, diz. A versão comercial do aplicativo permite fixar informações de horário, imagens e preços, o uso de carrinhos de compras, criação de QR Code e mensagens automáticas de saudação e ausência etc. “O aplicativo aprimorou sua plataforma em prol da comercialização. Essas funcionalidades oferecem informações de credibilidade sobre o serviço e facilitam o engajamento e a experiência do cliente.”

INTERATIVIDADE
Regiane ressalta que é necessário segmentar o grupo de clientes e entender qual o perfil que cada marca mais atende. Segundo ela, o foco é vender mais para a mesma pessoa e a gestão das redes sociais é um dos fatores determinantes para o sucesso do negócio. “O canal precisa ser interativo. A pessoa deseja ser atendida rapidamente.” A especialista afirma que o WhatsApp é uma plataforma de expectativas. Por isso, deve-se focar no gerenciamento e manutenção da relação com o consumidor. “É preciso estar atento, porque existe o risco de perder o cliente caso não dê uma resposta que corresponda ao que ele espera, no tempo que espera”, ensina.
 




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