A Toyota apresentou terça-feira seu novo produto para o segmento de picapes, a nova Hilux. O projeto será executado na fábrica de Zarate (Província de Buenos Aires, na Argentina), que recebeu recente investimento de US$ 200 milhões na reformulação de todo o processo de produção.

A Hilux chega com novo design e dimensões, cabine mais ampla e passa a oferecer atributos como câmbio automático na versão top de linha. A picape começa a ser vendida no próximo sábado no Brasil com três tipos de cabine e duas motorizações, ambas turbo diesel de última geração. A mais barata (cabine simples, motor 2.5 turbo e tração 4x2) será oferecida na concessionária por R$ 65.018 e a mais cara (cabine dupla, 4x4 e câmbio automático), por R$ 101.736,00.

Os planos da Toyota para o segmento surpreenderam. A projeção da marca é vender 16 mil unidades em 2005, volume que representa um crescimento de 133% em relação ao que vendeu em 2004. Para se ter uma idéia, a General Motors foi líder no segmento das picapes médias ao comercializar um volume de 14.037 unidades do modelo S10, seguida da Mitsubishi L200, que emplacou 12.608 e da Ford Ranger (7.570). A Toyota ficou em quarto, com tímidas 6.721 unidades.

“Estamos trabalhando no mapeamento do mercado e identificando novos focos de consumidores”, declarou Luiz Carlos Andrade, vice-presidente da Toyota, acrescentando que a montadora também esta ampliando a rede autorizada de 90 pontos de vendas no final de 2004 para 114 em fevereiro, o que significa a abertura de mais 24 novas concessionárias.

O segredo para as pretensões da Toyota no Mercosul se baseia no plano mundialmente conhedido como IMV, que consiste na transferência das unidades produtivas de alguns modelos para fora do Japão, onde a empresa pode usufruir de custos mais reduzidos de produção. Ao mesmo tempo, um dos eixos do plano permite que os veículos sejam manufaturados nas mesmas regiões em que são consumidos. A nova picape Hilux terá sua produção concentrada em quatro fábricas em todo o mundo. A unidade de Zarate, na Argentina, será a fonte de abastecimento para toda a América Latina, incluindo Mexico e Caribe. Os demais pontos estão na Tailândia, Indonésia e África do Sul. Com esse plano, Hiroyuki Okabe, presidente da Toyota Mercosul, afirma que a montadora conseguiu reduzir seus custos de produção entre 25% e 30%. A Toyota planeja produzir em torno de 45 mil unidades do novo produto, das quais 26 mil serão vendidas para Argentina (10 mil) e Brasil.

São Bernardo – A Toyota efetuou algumas alterações no processo de manufatura entre as unidades produtivas e está transferindo parte da estamparia da unidade de Indaiatuba para Zarate. A unidade de São Bernardo, que hoje concentra apenas a produção de autopeças, receberá investimento de U$ 2,5 milhões para atualização da linha. “Isso não significa necessariamente novas contratações nem demissões, no caso de Indaiatuba. Vamos apenas atualizar os equipamentos para ganhar produtividade”, declarou Hiroyuki Okabe. A Toyota Mercosul tem 2000 empregados diretos no Brasil e 1.400 na Argentina.