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Reformas jogam jovens à 'uberização'
Do Diário do Grande ABC
15/09/2021 | 00:01
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As reformas trabalhista e previdenciária promovidas pelos governos Temer e Bolsonaro afetaram toda a população de forma prejudicial, mas uma parcela específica do povo brasileiro está sentindo muito mais seus efeitos: a juventude. Os jovens, em especial os negros, viram as oportunidades de emprego sumirem com a reformas, com o agravamento da crise econômica e a crise da pandemia.

Tem restado para eles como posto de entrada no mercado profissional o trabalho informal já categorizado pelos pesquisadores como uberização. São os serviços de transporte de pessoas ou de produtos e alimentos em carros, motos e até bicicletas próprias. Segundo dados do IBGE, o desemprego atinge 30% dos jovens e eles já são a maioria dos empregados pelos sistemas de aplicativos para transporte de pessoas e entregas.

Apesar de os neoliberais maquiarem estas vagas e dizerem que são oportunidades de emprego com carga de horário flexível, que são complemento de renda, em que os jovens são seus próprios patrões, a realidade é que se trata de empregos informais e sob demanda, e se não têm carteira assinada também não tem benefícios como vale-alimentação e plano de saúde, horas extras, férias e folgas.

A verdade é que estes jovens – dos quais 70% são negros – são mal remunerados e ainda arcam com todos os gastos e riscos da operação. A média de renda dos entregadores de moto e bicicleta é de R$ 963 para 14 horas diárias de trabalho, segundo a pesquisa do perfil dos entregadores ciclistas de aplicativo, elaborada pela Alianc¸a Bike.

Junta-se a tudo isso o fato de que, trabalhando 14 horas por dia, os jovens não podem mais estudar, deixando de investir em sua formação.

No ano passado, houve uma mobilização dos trabalhadores de aplicativos, a chamada breque dos aplicativos, denunciando as condições de trabalho e reivindicando alimentação, equipamento de proteção individual, proteção social e melhoria de renda, entre outras demandas que tratavam de condições mínimas de trabalho. Não houve acordo, e as seguidas altas nos preços dos combustíveis deve tornar este serviço impraticável.

A uberização é a precarização total do mercado de trabalho para os jovens, sobretudo negros. É urgente que se estabeleçam leis para estas relações de trabalho que protejam os trabalhadores. E mais urgente ainda uma política econômica e trabalhista que vise a inserção digna destes jovens no mercado, de forma que eles tenham renda e tempo para continuar a estudar e se qualificar. Se isso não for feito teremos comprometido o futuro de toda uma geração, isso poucos anos depois de vermos uma escalada de jovens à universidade e oportunidades de emprego nos governos Lula e Dilma. A juventude brasileira sangra e grita por socorro. 

Márcia Lia é deputada estadual.

Palavra do leitor

CPI em São Caetano já

Todos os dias no Diário é uma má notícia nova sobre a péssima administração do prefeito tampão Tite Campanella, e isso não pode nem deve ficar no esquecimento. Esse cidadão nem eleito para prefeito foi, é um simples vereador que por manobra política virou prefeito, e está fazendo o que quer na nossa cidade, e os outros vereadores não fazem nada para nos defender. Por que será que estão coniventes com tantas falcatruas? Isso tudo requer uma investigação séria e transparente já. Fora Tite!

Laura Maria de Lima
São Caetano

Winston Churchill

O senhor Orlando Morando, prefeito de São Bernardo, bem que poderia dar um puxão de orelhas nos seus auxiliares da área de mobilidade urbana para que estejam atentos à qualidade das vias. É de se lamentar o estado deplorável em que se encontra a Avenida Winston Churchill, importante via de acesso da cidade a Santo André e que também leva à Caminho do Mar e à Via Anchieta. As emendas malfeitas que viram morrinhos e o sem-número de buracos se tornam um martírio para usuários que trafegam por ali. Fazia mais de ano que não passava pela avenida. Já era ruim, mas agora é o retrato do descaso. Prefeito Morando, o senhor se diz um homem do trabalho pela cidade. Então faça por merecer o título que se deu.

Lourival Celes de Araújo
Diadema

Caminhão e Desafio

Muito interessante a parceria entre este Diário e a Mercedes-Benz, que tem levado caminhão equipado com computadores e internet às cidades do Grande ABC, para que alunos façam seus textos para o Desafio de Redação. A iniciativa, que já esteve em Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra (Setecidades, ontem), tem sido atração por onde passa, gera curiosidade e, com isso, incentiva a participação dos estudantes.

Alberico Martins Teixeira
Mauá

Poupatempo digital

No artigo publicado na edição de ontem (Opinião, página 2), louvamos a digitalização de vários serviços burocráticos no Poupatempo. Por outro lado, os atendimentos presencias que ainda restam no Poupatempo precisam ser melhorados e muito. As pessoas que fazem esse tipo de atendimento estão despreparadas ou não querem dar mais atenção ao contribuinte. Um exemplo é a renovação da carteira de motorista, na qual você agenda o serviço e tem de ficar esperando em torno de duas a três horas para fazer os exames médicos e demais procedimentos presenciais no Poupatempo. Não poderia ser agilizado? Outra falha que ainda acontece é no recebimento dos documentos pelos Correios, que desaparecem, somem e ninguém no Poupatempo para esclarecer efetivamente, sempre dando respostas evasivas ou de praxe.

Alberto Utida
Capital

Taxa de Marinha

Só no Brasil e em Portugal existe a Taxa de Marinha. Em Portugal eu não sei, mas no Brasil é bitributação sob a forma de outro IPTU sobre o mesmo imóvel. Já ouvi dizer que a despesa para arrecadar a Taxa de Marinha é superior ao valor arrecadado. Também ouvi dizer que a Taxa de Marinha foi criada objetivando segurança nacional na época do canhão como principal arma, mas hoje os tempos são outros em se tratando de segurança e o bom senso recomenda a extinção da Taxa de Marinha por ser uma despropositada aberração.

Humberto Schuwartz Soares
Vila Velha (ES)




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