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Em 5 meses, cidades desmobilizam
metade dos leitos para tratar Covid

Em março eram 3.297 vagas e hoje são 1.885; com queda dos índices atendimentos eletivos foram retomados

Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
04/09/2021 | 00:01
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Claudinei Plaza/ DGABC


Em cinco meses, as cidades do Grande ABC reduziram quase que pela metade a capacidade de atendimento de pessoas infectadas pelo coronavírus. No dia 28 de março, eram 3.297 leitos nos hospitais municipais exclusivos para atender pacientes com Covid e, atualmente, são 1.885, de acordo com dados tabulados pelo Diário com base na plataforma SP Covid Info Tracker, gerida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista), da USP (Universidade de São Paulo) e do Cemeai (Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria), que considera informações do governo do Estado.

A queda na estrutura acompanha o recuo dos indicadores com o arrefecimento da pandemia. O Diário mostrou na quarta-feira que agosto terminou com praticamente metade de casos e mortes registrados em julho. Foram 27.664 infectados e 691 óbitos há dois meses, contra 11.547 diagnósticos positivos e 372 mortes de agosto. Despencou também o número de pessoas com Covid internadas. No fim de julho eram 835 acamados, sendo 447 em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e 388 em enfermarias, enquanto que agosto terminou com 373 pessoas hospitalizadas (172 em UTIs e 201 em enfermarias), queda de 55,3%.

“Estamos muito felizes com o baixo índice de ocupação hospitalar na região. É uma redução proporcional a quantidade de vacinas, ou seja, quanto mais gente imunizada menor é a taxa de internação, e isso está sendo mostrado com muita clareza”, comentou o presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). “Ainda não é momento de aglomeração, ainda temos de manter distanciamento e usar máscaras mas, com esses dados, vemos que estamos no caminho”, finalizou o tucano.

Como consequência do recuo dos números da Covid e com mais leitos à disposição, as cidades autorizaram, em julho, a retomada de consultas e cirurgias eletivas, que haviam sido adiadas ou canceladas em razão da pandemia. Santo André, que no fim de julho desmontou o hospital de campanha da UFABC (Universidade Federal do ABC), chegou a disponibilizar 680 leitos (192 UTIs e 488 enfermarias) para atendimento da Covid e foi a única cidade da região que não registrou morte na fila à espera de vagas – no total, 134 pessoas morreram no Grande ABC enquanto esperavam leitos entre março e abril. Atualmente, Santo André tem 312 vagas, sendo 152 de UTI.

Em São Bernardo, de acordo com a Prefeitura, não houve desmobilização de leitos e a cidade mantém 537 vagas exclusivas para pacientes com Covid (196 UTIs e 341 enfermarias). Isso foi possível graças a abertura do Hospital de Urgência, inaugurado em 13 de maio de 2020, no início da pandemia, e que é responsável pela maior quantidade de leitos da cidade, com 517 vagas, sendo 151 de emergência.

São Caetano informou que segue com a mesma capacidade de maio, quando reforçou o hospital de campanha com 20 leitos de UTI. No total, o município conta com 176 vagas de internação, sendo 80 de emergência. De acordo com a Prefeitura, em 2020 a cidade não suspendeu atendimentos e cirurgias eletivas em razão da pandemia.

Já Diadema teve de contratar vagas de hospitais privados para dar conta da demanda e registrou, no pico da pandemia, no fim de março, 147 leitos exclusivos para a Covid (20 UTIs e 127 enfermaria). Atualmente, a rede municipal dispõe de 96 vagas (40 de emergência e 56 de estabilização), redução de 24,4%.

Situação é parecida com a de Ribeirão Pires, que no dia 7 de agosto deixou de usar o hospital de campanha montado no Ginásio Ozíris Grecco e centralizou os atendimentos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia. De acordo com a Prefeitura, no auge da pandemia a cidade chegou a ter 57 leitos para pacientes Covid (10 UTIs e 47 enfermarias) e atualmente disponibiliza 16 (cinco de emergência e 11 enfermarias), queda de 71%. As prefeituras de Mauá e Rio Grande da Serra não responderam até o fechamento desta edição.
 




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