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S.Bernardo dá 30 dias para pessoas
deixarem as suas casas no Areião

Mesmo cadastrados pela Prefeitura, nem todos os munícipes serão incluídos em programa habitacional

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
06/08/2021 | 00:01
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Moradores da Vila Sabesp, no Areião, em São Bernardo, foram informados esta semana de que têm 30 dias para deixar suas casas. De acordo com a Prefeitura, são 150 famílias que moram no local – 170, segundo os líderes comunitários – há mais de 30 anos. A região passa por processo de urbanização, mas os munícipes afirmam que a administração do prefeito Orlando Morando (PSDB) não tem aberto diálogo. Eles relatam que foram cadastrados pela assistência social com promessa de atendimento habitacional, mas agora foram informados que não vão receber auxílio-aluguel nem nova moradia.

Um dos casos é do metalúrgico André Ramos Purificação, 30 anos. O rapaz mora com a mulher no terreno que era do pai. A família está no mesmo endereço há 32 anos. “Vou começar a procurar casa para alugar, mas meus pais são aposentados, eles não têm condições de pagar um aluguel”, afirmou.

O ajudante de pedreiro Fábio Mendes de Sousa, 26, afirmou que há seis meses funcionários da Prefeitura estiveram no local para fazer cadastro e prometeram que quando sua família precisasse deixar a casa, eles seriam incluídos no auxílio-aluguel para, futuramente, terem direito a unidade habitacional. “Agora disseram que a gente não vai receber nada”, lamentou.

A diarista Leila Virginia Laurentino da Silva, 32, está na mesma situação. Ela mora no local há seis meses, foi cadastrada, mas não terá direito a bolsa aluguel ou nova moradia. “Não tenho para onde ir com as minhas duas filhas”, lamentou. A moradora tem uma filha de 14 anos e outra de 1 ano e 6 meses.

Líder comunitário na região, Leovalmir Moraes Rodrigues, 42, afirmou que falta diálogo da Prefeitura. “A gente quer que alguém venha explicar o que aconteceu, porque as pessoas vão ficar sem nada. Vieram aqui, deixaram papel informando que as pessoas tinham que sair em 30 dias e pronto.”

Em nota, a Prefeitura informou que está em andamento a construção de sistema viário que irá beneficiar os moradores do bairro Areião, com oferta de rota alternativa à Rodovia Anchieta e interligação ao Jardim Silvina, já que, atualmente, esses munícipes contam com acessos precários. Segundo a administração, no Núcleo Habitacional Monte Sião foram identificadas 249 famílias, sendo que 150 se encontram em frente de obras do sistema viário, com necessidade de remoção e futura realocação ou reassentamento.

Ainda de acordo com a Prefeitura, todas as famílias localizadas em frente de obras, atendendo aos critérios do programa habitacional do projeto, têm por garantia o seu direito à moradia definitiva. E, enquadrando-se no artigo 2º da lei 5617/2006, serão inseridas no Programa Renda Abrigo até atendimento habitacional definitivo. Segundo o artigo, é preciso morar na cidade há dois anos, no local há pelo menos um ano e não ter renda familiar superior a três salários mínimos. O auxílio-aluguel é de R$ 315 ao mês, valor que, segundo as famílias, é insuficiente para alugar um imóvel. 




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