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Sob gestão Marcelo, empresa alvo da PF mantém elo em Mauá

Firma de grupo que entrou na mira da Trato Feito é contratada pela Sama e preserva vínculo com poder público mesmo após troca de governo

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
08/04/2021 | 06:10
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Reprodução


Grupo empresarial que foi alvo da Operação Trato Feito, deflagrada pela Polícia Federal há dois anos em Mauá, segue preservando vínculo com o poder público da cidade mesmo após troca de gestão e a despeito de ser proibida de assinar contratos com o município. Agora sob o governo do prefeito Marcelo Oliveira (PT), a Sama (Saneamento e Serviços do Município de Mauá) contratou firma cuja proprietária também é sócia de outra empresa que está impedida de celebrar contratos com o município porque foi acusada de pagar propina a agentes políticos locais – todos negam as acusações.

O Paço homologou ontem contrato da Sama com a Magsi Comércio e Prestação de Serviços de Limpeza e Conservação Ltda, com sede em Mauá, para aluguel de veículos, pelo valor de R$ 73,9 mil. A sócia majoritária da firma é Maria José Cantarelli Garcia, que também é dona da Garloc Transportes, Logística e Locações Ltda. Essa última empresa foi proibida pela Justiça Federal de contratar com o poder público. Em 2018, a Garloc foi alvo de operação – que culminou com a segunda prisão do então prefeito Atila Jacomussi (PSB) –, apontada como integrante de organização criminosa que suspostamente pagava propina ao socialista e a parte dos vereadores em troca de favorecimento em licitações. Curiosamente, o contrato questionado na época envolvia justamente aluguel de veículos para a Sama. Então parlamentar de oposição na Câmara, Marcelo Oliveira foi o único vereador que não estava envolvido nas denúncias.

A decisão de proibir a Garloc de contratar com o poder público foi tomada pela juíza Raquel Silveira, do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que também suspendeu o vínculo com a Sama e que foi a responsável por autorizar buscas e apreensões no Paço mauaense. O sócio majoritário da empresa é Sidnei Garcia, conhecido empresário que mantém livre trânsito com a classe política da cidade.

VÍNCULO

O fato de a Garloc e a Magsi possuírem Maria José Garcia como sócia não é a única similaridade. Na Junta Comercial paulista, as duas empresas estão cadastradas exatamente com o mesmo endereço: Avenida Barão de Mauá, 2.347, no Jardim Maringá. Pelo menos até 2019, as logomarcas das duas empresas, inclusive, estavam fixadas lado a lado na mesma fachada.

No ano passado, o Diário mostrou que a Magsi também renovou vínculo com a Câmara de Mauá, na gestão do então presidente, Vanderley Cavalcante da Silva (SD). A empresa também aluga veículos para a casa, serviços que no passado eram prestados pela Garloc.

Ao Diário, o Paço alegou que a Magsi venceu o pregão por apresentar menor valor, mas se comprometeu a averiguar o caso. “O departamento jurídico levantará as informações referentes ao processo e, caso seja comprovada qualquer irregularidade, o contrato será cancelado.” 




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