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Suzantur também desviou ônibus da frota de Mauá para Ribeirão Pires

Empresa tem dividido coletivos entre três municípios do Grande ABC

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
23/02/2021 | 00:01
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Não é apenas para Diadema que a Suzantur tem desviado os ônibus da frota de Mauá. A empresa também tem deslocado veículos que deveriam estar circulando em território mauaense para Ribeirão Pires, onde atua desde janeiro deste ano, após comprar a Rigras, concessionária das linhas municipais.

A equipe de reportagem do Diário flagrou em Ribeirão Pires, a exemplo do que foi constatado na cidade de Diadema, na semana passada, ônibus com placas de Mauá rodando nas linhas do município.

O desfalque na frota mauaense, que ocorre desde setembro de 2020, penaliza o morador da cidade e usuário do sistema de transporte coletivo municipal – operado em regime de monopólio pela Suzantur desde 2014 –, que precisa esperar mais tempo nos pontos pelos ônibus. A empresa descumpre o contrato de concessão com a Prefeitura de Mauá, que prevê a disponibilidade de 248 veículos na frota.

Desde 2018 o Diário vem denunciando que a Suzantut opera no município com menos do que os 248 ônibus previstos em contrato. Nos anos de 2015, 2016 e 2017, a manobra contou com o aval do ex-prefeito Donisete Braga (Podemos).

Em setembro de 2019, a então prefeita interina, Alaíde Damo (MDB), comunicou à Câmara Municipal que a concessionária rodava na cidade com 223 coletivos, 25 a menos do que o previsto em contrato. Já em outubro do ano passado, o STF (Supremo Tribunal Federal) determinou que a empresa recompusesse a frota em circulação, como está previsto no contrato. Apesar da decisão, a Suzantur segue descumprindo a determinação.

Apesar de usar uma mesma frota para atuar em três cidades diferentes – Diadema, Mauá e Ribeirão Pires –, a Suzantur conquistou na Justiça o direito de receber da Prefeitura de Mauá R$ 9,1 milhões por ressarcimento dos prejuízos registrados entre abril de 2020 e janeiro de 2021, em decorrência das perdas causadas pela pandemia do coronavírus. A administração mauaense terá que repassar, por nove meses, o montante de R$ 1 milhão, a partir de março. O não pagamento pode acarretar no bloqueio das verbas públicas da cidade. A empresa também atua no transporte coletivo de Santo André.

O Diário entrou em contato com a Prefeitura de Mauá e pediu um posicionamento do prefeito Marcelo de Oliveira (PT) sobre que medidas seriam tomadas para garantir que a população não seja prejudicada, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. A Suzantur também não retornou aos contatos da equipe de reportagem. 




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