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Doulas relatam dificuldade para se vacinar no Grande ABC

Categoria deveria ser imunizada na primeira fase da campanha

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
13/02/2021 | 07:00
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Enquadradas como profissionais de saúde no PNO (Plano Nacional de Operacionalização) contra a Covid-19, as doulas, mulheres que prestam apoio físico e emocional a gestantes e puérperas, não estão conseguindo se vacinar em algumas cidades do Grande ABC. A categoria deveria ser imunizada, segundo a previsão do governo federal, na primeira fase da campanha.

Integrante da Coletiva de Doulas do ABCDMRR (Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) e da Adosp (Associação das Doulas do Estado de São Paulo), Jacqueline Menezes, 36 anos, mora em Santo André e trabalha em todas as cidades da região, mas não consegue se vacinar.

A primeira tentativa foi em Ribeirão Pires, onde os funcionários das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) estão exigindo a carteira de trabalho ou algum comprovante de guia de recolhimento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). “Nem todas as doulas recolhem. Temos cadastros nos hospitais, crachás desses estabelecimentos, e mesmo assim foi negada a vacina”, relatou. Jacqueline também foi à Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), onde está montado um posto de vacinação, mas não foi imunizada.

“Nas cidades onde é preciso fazer cadastro pelo site, como Santo André, São Bernardo e São Caetano, não têm a opção para a nossa categoria, apesar de a Adosp ter enviado carta a todas as secretarias de Saúde do Estado ”, relatou. “Com a imunização, as doulas poderão voltar a atuar nos hospitais, especialmente no SUS (Sistema Único de Saúde), onde a nossa atuação está suspensa desde o inicio da determinação de pandemia”, pontuou Jacqueline. “Vamos retomar o trabalho de acolhimento das mulheres que buscam por parto digno e respeitoso e por assistência obstétrica mais humanizada e menos violenta”, concluiu. Jacqueline lembrou que grávidas são consideradas grupos de risco para desenvolver formas graves da Covid-19 e que o Brasil registrou a maior taxa de mortalidade entre gestantes e puérperas do mundo.

Santo André informou que, sendo profissionais de saúde vinculadas a um serviço/estabelecimento de saúde, constando como grupo estabelecido como prioritário nesta fase da vacinação e estando com todos os documentos para comprovar atuação na área, basta que as doulas se cadastrem para a vacinação. A Prefeitura de São Bernardo informou que, no momento, o município está vacinando todos os profissionais de saúde com registro de classe. São Caetano informou que as doulas são imunizadas nos hospitais que são cadastradas.

A Prefeitura de Diadema informou que abriu em 3 de fevereiro o cadastramento das doulas e parteiras (junto com o cadastro dos profissionais da saúde da rede privada), mas não recebeu nenhuma inscrição. O formulário pode ser acessado no link http://bit.ly/2YB7oqd e a aplicação da vacina depende da disponibilidade de doses. Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam.




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