Os Estados Unidos executaram um ataque aéreo no sul da Somália, nesta terça-feira, contra islamistas suspeitos de vínculos com a rede terrorista Al Qaeda. De acordo com o governo somali, a operação deixou muitos mortos, incluindo dezenas de civis.

Esta foi a primeira intervenção dos Estados Unidos na Somália desde os anos 90. O ministro somali da Informação, Ali Jama, informou que "muitas pessoas morreram", mas não precisou o número de vítimas.

Apesar da grande quantidade de mortos, o presidente interino da Somália, Abdulahi Yusuf Ahmed, afirmou que os EUA têm o direito de executar ataques aéreos contra supostos esconderijos da Al Qaeda em sua guerra internacional contra o terrorismo.

"Aqueles que participaram dos ataques contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia estavam lá, então era a coisa certa e o momento certo de realizar tais ataques", defendeu o presidente."Os americanos estão perseguindo os terroristas da Al Qaeda ao redor do mundo e este ataque foi uma parte disto", acrescentou.

As forças americanas trabalham desde o início do mês — juntamente às tropas governamentais somalis e etíopes — nas buscas aos dirigentes dos tribunais islâmicos somalis. Os trabalhos estão concentrados nas proximidades da aldeia de Badel, na fronteira com o Quênia.

Entre os alvos do ataque desta terça-feira estavam o líder da Al Qaeda no Chifre da África e um dirigente acusado de participação nos atentados terroristas contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia, em 1998, que deixaram 224 mortos e milhares de feridos.

Segundo os Estados Unidos, três dos supostos autores destes atentados se refugiaram com islamistas somalis. São eles Fazul Abdulah Mohamed (de Comores), Saleh Ali Saleh Nabhan (do Quênia) e Abu Taha al-Sudan (do Sudão).

Washington considera que os materiais utilizados nos ataques terroristas saíram da Somália, assim como os utilizados em 2002 contra um hotel de Mombasa, na costa queniana — neste último atentado, cometido em novembro de 2002, a explosão de um carro-bomba matou 12 quenianos e três turistas de Israel morreram.