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Espontânea Mallu
Por Dojival Filho
Diário do Grande ABC
07/06/2009 | 08:02
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Ela toma um gole de chá verde, engole jujubas e começa a expor, com notável maturidade e elegante desenvoltura, as opiniões que formou a respeito da função do artista, da literatura brasileira e do papel da escola na formação do indivíduo. Aos 16 anos, "ao mesmo tempo menina e mulher", a cantora e compositora Mallu Magalhães desvia com habilidade das armadilhas e pressões que acumulou após ganhar projeção na internet e aventurar-se no território dos tradicionais programas de auditório.

"Na minha profissão, você corre o risco de se tornar alguém esnobe porque sai de casa e todo mundo quer você e elogia o tempo todo. Mas eu fui muito fiel à minha família, que me ajudou bastante", afirma Mallu.

Em fase de consolidação da carreira, a garota realiza o primeiro show na região no dia 19, às 21h, no Teatro Paulo Machado de Carvalho (Alameda Conde de Porto Alegre, 840. Tel.:4238-3030), em São Caetano. Os ingressos custam R$ 50 e R$ 25 (meia-entrada).

No set list, canções como Don't You Look Back, Tchubaruba You Know You've Got, entre outras criações da jovem paulistana que tocou os primeiros acordes inspirada pelas melodias folk de Bob Dylan e Johnny Cash.

FAMA
Entre acontecimentos favoráveis e prejuízos decorrentes do sucesso, Mallu contabiliza mais pontos positivos. Isso não significa dizer que ficou indiferente aos perigos no caminho que leva o músico do anonimato à fama.

O acesso fácil às drogas, comum às estrelas ascendentes do showbusiness e responsável pela desestruturação de músicos promissores, jamais seduziu a cantora. "Tenho uma sorte enorme porque nunca me envolvi com drogas e bebidas. Tenho medo dessas coisas", explica.

Um dos problemas provocados pela agenda repleta de compromissos foi a queda no rendimento escolar. Aluna do segundo ano do Ensino Médio na escola Nossa Senhora do Morumbi, na Capital, ela tem enfrentado dificuldades com química e física. "Sempre fui uma das melhores alunas e tenho tirado notas muito baixas", revela a menina, que prefere gramática e francês.

INTENSIDADE
Mallu é naturalmente espontânea e calorosa. Adora animais e passou boa parte do tempo da sessão de fotos para a reportagem brincando com o vira-lata Beirada - filhote de apenas 50 dias criado pelos funcionários da assessoria de imprensa da cantora.

Gosta de fazer pinturas com o corpo, de ler histórias sobre piratas e coletâneas de sinônimos e antônimos. Logo que conhece alguém, cumprimenta efusivamente com um abraço apertado e disposição para o diálogo franco. "Sou muito intensa. Se gosto de uma coisa, cada cantinho do meu corpo vive por essa coisa."

Exemplar dessa intensidade é o relacionamento que mantém com o cantor e compositor Marcelo Camelo, atualmente em carreira solo, depois do "recesso por tempo indeterminado" do grupo Los Hermanos. A compositora não gosta de revelar detalhes do romance com o músico de 31 anos, iniciado em 2008, sem a oposição dos familiares.

Porém, entre um comentário e outro, explica de maneira singela o sentimento que os une. "Sabe quando a pessoa sai por uma porta e te dá um medo? Você pensa assim: ‘Ah, não vai, não. Fica aqui'."

CD NOVO
O próximo disco de inéditas da cantora - que sucederá o elogiado e homônimo álbum de estreia - deverá chegar às lojas somente no fim de 2009. Entretanto, ela antecipa que o álbum terá a produção de Kassin (que já trabalhou com os Hermanos, Adriana Calcanhotto, entre outros medalhões). "Vai ser mais rock, folk, reggae e MPB. Vou mergulhar mais fundo nos arranjos", conta Mallu, que, tem buscado inspiração em audições de Chico Buarque, Tom Jobim e os tropicalistas.




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